Familiares e amigos de vítimas desaparecidas no rompimento da barragem da Samarco, controlada pela Vale e a australiana BHP, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, fazem um protesto na manhã desta sexta-feira. Os manifestantes pedem que as buscas pelos corpos não sejam interrompidas e criticam a forma como os bombeiros estão trabalhando. O grupo seguiu em passeata até a porta da empresa.
O protesto começou por volta das 11h. Um grupo de 30 pessoas com cartazes pedindo Justiça e exibindo imagens dos desaparecidos saiu em passeata. "Queremos um enterro digno para os nossos parentes", disse, emocionada, Maria Imaculada Carvalho de 55 anos, irmã de Daniel Carvalho de 53. "Perdemos vidas. Bens materiais a gente recupera, mas vidas, não. Estão tratando as famílias dos desaparecidos como ninguém, como se fosse um pedaço de carne que está aqui enterrado na lama. Só temos um corpo para ser enterrado e a Samarco está dando as costas para a gente", afirmou a técnica de segurança Ana Paula Auxiliadora Alexandre, de 40, esposa de Edinaldo Oliveira de Assis, de 40.
De acordo com a dona de casa Aline Ferreira Ribeiro, de 33, irmã de Samuel Vieira Altino, apenas buscas visuais são feitas. "Fiquei sabendo que eles vão encerrar as buscas em seis dias" afirmou. "A área é muito grande para apenas 21 bombeiros" reclamou. Durante a caminhada, os manifestantes gritaram 'Samarco assassina'. O grupo parou em frente à sede da empresa, onde esperam a chegada de algum militar do Corpo de Bombeiros para falar sobre o assunto.
Os bombeiros negam que as buscas estão sendo interrompidas. Nessa quinta-feira, os militares encontraram parte de um corpo nas proximidades da cidade de Rio Doce, na Zona da Mata. Os bombeiros foram de aeronave até o local, acompanhados de peritos da Polícia Civil.
No momento, a contagem oficial continua sendo de 11 mortos, sendo sete corpos identificados e quatro aguardando identificação. O número de desaparecidos é de 12: nove funcionários e três moradores.