Os governadores de Minas, Fernando Pimentel (PT), e do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, no Palácio da Liberdade, com o fotógrafo Sebastião Salgado. Eles discutiram a criação de um comitê de governança para administrar um fundo a ser criado pela Samarco para ressarcir os prejuízos causados pelo rompimento da barragem do Fundão, no último dia 5, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central do estado. Os recursos reivindicados são para a recuperação do Rio Doce e ressarcimento aos moradores de mais de 20 cidades já atingidas pela lama de rejeitos.
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Nascente de águas límpidas do Gualaxo contrasta com a devastaçãoPrecariedade afeta até a arrecadação de municípios mineradoresMP vai analisar todos os processos de licenciamento de barragens em MinasNova ação popular pede o bloqueio de R$ 2 bilhões da SamarcoLama de rejeitos afetou pelo menos mil hectares de áreas de preservação permanenteSebastião Salgado, que veio a Belo Horizonte só para esta reunião com Pimentel e Hartung, disse que a sua maior preocupação é que não se "atomize" os recursos oriundos de multas e indenizações imputadas à Samarco, empresa controlada pelas gigantes da mineiração no mundo, Vale e BHP Billinton. Salgado afirmou temer que os recursos entrem para os cofres públicos das três esferas de poder (muncipal estadual e federal) e acabem sendo destinados a outros fins que não sejam o de recuperação da bacia hidrográfica do Rio Doce e indenizações às vítimas do rompimento da barragem.
Problemas jurídicos
Também participaram da reunião nesta sexta-feira, no Palácio da Liberdade, representantes do Ministério Público de Minas Gerais e do Espírito Santo. "Desastre dessa dimensão precisa que governos tenham um nível de cooordenação significativo. Têm problemas jurídicos enormes nessa questão.
Na semana que vem, em data e horário sem agendamento, deve acontecer uma outra reunião dos governadores Pimentel e Hartung, Dessa vez com a ministra do Meio Ambiente, IzabellaTeixeira, para levar o plano para aval do governo federal, já que o Rio Doce está sob jurisdição da União. "Saimos daqui ( Palácio da Liberdade) com esse compromisso", disse Hartung. Salgado não deverá participar dessa reunião em Brasília. Ele informou que retorna neste sábado a Paris, cidade onde reside.