Manifestantes saíram às ruas de Mariana na manhã deste sábado para pedir a permanência da mineradora Samarco no município. De acordo com a Guarda Municipal, cerca de 400 pessoas saíram da Praça do Barro Preto, passaram pela Rua Direita e foram até a porta da Câmara Municipal, onde entregaram um manifesto com um abaixo-assinado para o Prefeito Duarte Júnior e o vereador Fernando Sampaio. Os manifestantes dizem que é necessário fazer justiça, mas pedem que a Samarco permaneça atuando na cidade por causa da arrecadação do município e do número de empregos.
Após receber o documento, o prefeito disse que as manifestações pró-Samarco desta manhã e a que aconteceu na terça-feira são conscientes e que os participantes sabem que é preciso justiça. Segundo ele, as pessoas estão buscando a manutenção de seus empregos. Duarte Júnior ressaltou que a cidade precisa buscar diversificação econômica, mas ainda depende da mineração.
O prefeito também falou da ida a Brasília para pedir que as buscas prossigam. "Para nós de Mariana é um momento muito difícil porque temos um grande número de desaparecidos. Sem que as famílias encontrem, o ciclo não fecha. Fui ao Congresso Nacional pedir que as buscas continuem na maior tragédia ambiental do país e maior derramamento de lama do mundo", disse.
Quem apoia
O técnico de manutenção da Samarco Roger Daher, de 43 anos, disse que o objetivo da manifestação é conscientizar as pessoas da importância da empresa para a região. "Caso ela feche, haverá muito desemprego", avalia. O funcionário da mineradora, que não teve nenhum familiar afetado pelo desastre, disse que foi chamado para a caminhada por meio de um grupo no WhatsApp intitulado "#ficasamarco".
A comerciante Isabel Sales Souza, de 37 anos, diz que a cidade cresceu muito nas últimas décadas. "Há 30 anos, Mariana era uma coisa, hoje é outra. A cidade se desenvolveu muito depois da chegada da Samarco. Não temos outra fonte de renda, por isso defendemos a mineração". Assim como o funcionário da empresa, ela não teve nenhum familiar atingido pela tragédia.