O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou na tarde desta segunda-feira que a população que vive ao longo do Rio Doce ou que tira dele o seu sustento também terá direito a receber indenização da Samarco enquanto a bacia não for revitalizadas. Por recomendação do Ministério Público, a mineradora, controlada pela Vale e a BHP Billiton, já concordou em pagar um salário mínimo por chefe de família e mais meio por dependente para os desabrigados em razão do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, Região Central de Minas Gerais.
Leia Mais
Ação Civil Pública cobra da Samarco indenização de R$ 10 bilhões MP quer indenização para vítimas a partir de dezembroMinas e Espírito Santo vão ajuizar ação conjunta contra Samarco, por reparação ambientalMinas e Espírito Santo usam modelo dos EUA em ação articulada contra SamarcoMPF recomenda que Samarco identifique e dê assistência a atingidos na região de ValadaresPromotor diz que famílias não precisam aceitar valor de indenização proposto pela SamarcoPrefeitos buscam repasses de R$ 1 bilhão e mostram preocupação com perda de empregos e tributosSamarco e prefeituras definem orientações para utilização fundo de indenizaçõesDe acordo com o ministro, não há levantamento do número de pessoas atingidas, mas ao longo do rio 15 cidades são abastecidas por ele, sendo 12 em Minas e três no Espírito Santo. Há ainda, segundo Occhi, 35 municípios que fazem limite com a bacia mas não tiveram impacto na captação. Mesmo assim, segundo ele, se for comprovado que eles dependem economicamente do rio, deverá haver amparo. "Pode existir nesses outros municípios uma atividade econômica de um pequeno pescador, que hoje não tem condição de pescar no rio na situação atual em que o rio se encontra", disse.
O ministro da Integração disse que até o momento a Samarco ainda não pagou as multas impostas em razão do rompimento da barragem – o prazo vence hoje. Occhi não soube dizer quanto tempo levará a recuperação do Rio Doce e dos rios Gualaxe e Do Carmo e afirmou que o valor necessário para isso ainda será quantificado.
Para ele, a chuva está ajudando a diluir a lama e permitir a volta da captação de água. "Não existe risco de contaminação de ninguém, o que estamos fazendo captar água bruta no rio trata-la e depois levar para o laboratório para fazer a análise se ela é passível do consumo humano", afirmou..