Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobrevoou a região para ter a dimensão do problema e anunciou que, a partir de hoje, um navio oceanográfico da Marinha passar a monitorar a diluição do material na água. Segundo ela, os rejeitos ainda não chegaram a Vitória e nem à costa da Bahia, o que exclui o santuário de Abrolhos da área atingida.
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Segundo Rodrigo Júdice, pelo menos três toneladas de peixes mortos foram retiradas ontem do Rio Doce e aves que ficam na região apresentam mudanças de comportamento. “Estão sobrevoando o rio e procurando lugares para se proteger”, disse. Ainda não foram registradas mortes de animais marinhos, mas, de acordo com o vice-presidente da Bacia Hidrográfica da Foz do Rio Doce, Carlos Sangália, o plâncton já começa a ser afetado, o que prejudica toda a cadeia alimentar e, a longo prazo, os estragos podem ser enormes. “As tartarugas marinhas estão em pleno período de reprodução, que vai até março.
RESGATE No Rio Doce, uma força-tarefa também foi montada para retirada de espécies que no futuro podem repovoar o curso d’água agora tomado pela lama. "Muitos espécimes foram levados para tanques e lagoas da região, para se reproduzir e depois repovoar o Rio Doce", afirmou o secretário Rodrigo Júdice. Já sobre os peixes retirados da água barrenta pela população, a notícia foi negativa. Nota divulgada no site da Secretaria de Estado de Meio Ambiente informava que os animais já não têm condições de contribuir para o repovoamento. “Esses organismos já estão debilitados pela condição severa da água misturada à lama de rejeitos e provavelmente não sobreviverão ao transporte e também à diferença de condições que encontrarão nas lagoas”, disse o informe, que também agradecia a ação das pessoas.
Ainda de acordo com o secretário, medidas tomada para alargamento da foz do Doce e a colocação de lonas para criar um canal com passagem mais rápida do material não foram suficientes para evitar a destruição. “Esperávamos, por exemplo, que não houvesse mortes de peixes e muitos morreram. As ações demoraram muito a ocorrer”, disse.
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