As respostas para atingidos, acionistas e sociedade sobre o que ocorreu para que a barragem de rejeitos da mineradora Samarco se rompesse, em Mariana, na Região Central de Minas, no último dia 5, só serão apresentadas pela empresa num prazo de 6 meses a 1 ano. A informação é do presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas concedida nesta terça-feira, na sede da companhia. “Pela experiência com outros eventos de grande porte, isso deve demorar de 6 meses a um ano. Para que os especialistas que contratamos levantem as hipóteses e testem essas hipóteses. E isso é muito importante. Acho que isso é muita responsabilidade nessa resposta, porque interessa, e muito, a gente saber o que aconteceu”, disse.
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Ele informou, ainda, que a barragem nunca apresentou nenhuma fragilidade. “Tínhamos auditoria e um corpo de governança internacional que vinha três vezes por ano fazer monitoramento. Então, era um plano que era muito elogiado. Nunca ficamos apenas com a nossa expertise interna, sempre buscamos gente de fora para isso”, concluiu..