Surfistas lamentam chegada da lama de Mariana às praias do Espírito Santo

Surfistas brasileiros de renome mundial começaram a expor, nas redes sociais, a indignação pelo desastre de Mariana (MG), cuja lama tóxica agora atinge Oceano Atlântico, ameça a vida marinha e interdita praias no litoral capixaba. Nomes como Adriano de Souza, o Mineirinho, Filipe Toledo e Silvana Lima, que fazem parte da chamada Braziliam Storm (termo usado pela imprensa norte-americana para se referir à nova geração de surfistas brasileiros) utilizaram Facebook e Instagram para falar sobre a tragédia.

Na segunda-feira, Mineirinho postou uma foto que mostra a lama avançando pelo mar e disse: "Estou sem palavras para descrever o que esta acontecendo no Brasil..... Algo tem que ser feito urgente.".

 
Já nesta terça-feira, Filipe Toledo postou em suas contas no Facebook e Instagram uma imagem que mostra o antes e depois da praia de Regência, em Linhares, no Espírito Santo e se mostrou indignado com a situação. "Isso é triste demais, quem já teve a oportunidade de desfrutar desse pico alucinante,que  na minha opinião está entre as ondas mais tubulares e perfeitas do litoral brasileiro, sabe bem a indignação que nós, surfistas e seres humano,s estamos sentindo, sem dizer a população local", diz uma parte do depoimento. A foto foi postada originalmente pelo também surfista Daniel Cortez. 

Nos posts, os surfistas ainda cobram a responsabilidade da Samarco, empresa que administrava a barragem do Fundão, em Mariana (MG), e questionam: "Até quando vamos ficar de braços cruzados, olhando esses vermes tirarem onda com nossa cara? Morte aos parasitas! Morte ao capitalismo!".

A surfista Silvana Lima fez um repost de foto do perfil de Gabriel Pensador que mostra a foto aérea do oceano tomado pela lama e diz esperar que uma catástrofe desse tamanho sirva pelo menos para despertar a consciência e o respeito pelas questões ambientais. "Enquanto não houver uma mudança de consciência, essa lama vai nos engolir cada vez mais, em todos os sentidos", afirmou.

A lama da Barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana, Na Região Central de Minas, no último dia 5, chegou ao oceano Atlântico, no Espírito Santo, no domingo, 22, quando praias precisaram ser interditadas. O desastre causa revolta e indignação à população, que pede justiça para as famílias afetadas, os povoados soterrados, pela morte do Rio Doce e o impacto sobre a flora e a vida marinha no Oceano Atlântico.