O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, buscará junto ao Ministério Público uma solução para o repasse dos R$ 1 bilhão destinados pela Samarco, via termo de compromisso, aos impactados pelo tsunami de rejeitos da barragem de Fundão. O principal caminho, segundo Duarte, é permitir a compensação do valor por empresas atingidas. Outra possibilidade é a criação de um novo fundo para a perda de tributos municipais – cerca de R$ 6 milhões. A destinação do dinheiro começou a ser discutida na última segunda-feira no município de 57.639 habitantes, a 122 quilômetros de Belo Horizonte, durante encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) em que participaram 18 chefes de executivo de Minas e Espírito Santo.
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Ainda nessa semana, um novo encontro será realizado entre representantes da empresa e comunidades atingidas, para discutir como será feita a reconstrução de Bento Rodrigues e de Paracatu, além do pagamento das indenizações às famílias.
Elevação dos royalties
Prefeito de Congonhas, outro município com forte dependência econômica da mineração, o presidente da Amig, José de Freitas Cordeiro, o Zelinho, cobrou do governo uma solução para o marco regulatório, “adormecido” há dois anos na Câmara. A aprovação da nova lei permitiria a elevação dos royalties do minério de 2% do faturamento líquido para 4% da receita bruta, o que dobraria o caixa das cidades. Hoje, cada município recebe 1,6% do dinheiro. “Estávamos discutindo o marco quando o preço médio do minério estava em US$ 150 dólares a tonelada. Hoje está a US$ 40”, disse Zelinho.
A Samarco informou, em nota, que está em constante negociação com autoridades públicas competentes e a Defesa Civil para tratar da melhor solução para relocação das famílias..