A Samarco Mineração estuda, 19 dias depois do desastre provocado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, as alternativas para o futuro dos empregados da companhia, que pôs em licença remunerada, seguida de férias coletivas, 80% do seu efetivo desde 10 de novembro. O compromisso com os trabalhadores do quadro direto de pessoal vai até o retorno da dispensa em 4 de janeiro, tempo em que a Samarco discute as possibilidades enquanto não tem condições de voltar a operar, afirmou, nesta terça-feira, o presidente da mineradora, Ricardo Vescovi, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
Os estoques de minério de ferro da Samarco chegam ao fim, no mais tardar, durante a primeira semana de dezembro, quando a empresa deverá paralisar totalmente as suas atividades, da produção já suspensa nas reservas de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, ao trabalho nas usinas e no terminal portuário próprio da companhia no litoral do Espírito Santo. “No primeiro momento, os nossos funcionários entraram em licença remunerada, e, depois, férias coletivas. Temos um cenário claro com os empregados até o fim ano, tempo para que alternativas sejam estudadas e medidas, adotadas", disse o presidente da Samarco.
Está sendo embarcado em Ponta Ubu o restante dos estoques de pelotas de ferro, matéria-prima para a produção de aço, que a empresa vende para 19 países das Américas, Oriente Médio, Ásia e Europa. O futuro dos empregados é a preocupação em Mariana, que não está livre de viver outro problema, depois da situação dramática das vítimas do desastre, o dos desempregados, tento em vista a importância da empresa como geradora de emprego e renda. Na última terça-feira, centenas de pessoas fizeram protesto em Mariana, vestindo camisas brancas com os dizeres “Justiça sim, desemprego não #ficasamarco”. Os manifestantes pediram justiça na apuração e reparação dos danos da tragédia, mas defenderam a manutenção das atividades da mineradora.