O secretário de saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, fez um apelo à população na manhã desta quarta-feira. Quem estiver com febre, dores nas articulações e atrás dos olhos, conjuntivite, olhos vermelhos e dores no corpo, deve procurar uma unidade básica de saúde. “Dengue é uma doença grave e pode matar”, reforçou Fabiano Pimenta. Este ano, até 16 de novembro, foram registrados 15.430 casos de dengue na capital, além de 12.214 casos notificados e descartados. A região com maior número de casos é a Norte, com 3.031 confirmações, seguida pelas regionais Noroeste (2.805) e Barreiro (2.789).
O secretário também está preocupado com a chikungunya e o zika vírus, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Quanto mais cedo os casos dessas doenças sejam descobertos, mais fácil a adoção de medidas de combate ao vetor e na redução da possibilidade de transmissão. “Desde o primeiro momento que tivemos a detecção do zika vírus no país, já acendemos nosso sinal de alerta e começamos a tratar disso com os nossos profissionais”, afirmouo secretário.
Segundo Fabiano Pimenta, a capital mineira tem hoje 148 unidades básicas de saúde e 587 equipes da programa Saúde da Família sob alerta e o pessoal técnico continua trabalhando na informação dos profissionais da saúde sobre os sintomas e diagnósticos da dengue, da chikungunya e da febre zica. De acordo com Fabiano, em Belo Horizonte os profissionais das unidades básicas de saúde detectaram três casos importados de chikungunya no ano passado e outros três este ano, também importados.
A infecção do zika vírus por gestantes pode causar a microcefalia nos bebês, que nascem com o tamanho da cabeça significadamente menor. Segundo o secretário, é feita uma investigação epidemiológica de eventuais casos nas maternidades, por meio da declaração de nascidos vivos. “Nós temos uma articulação muito intensa com as maternidades”, disse Fabiano.
A gerente de vigilância em saúde da secretaria, Maria Tereza Oliveira, informou que são poucos casos de microcefalia em BH, mas provocados por outros fatores, como síndromes genéticas e infecções congênitas. O material informativo da secretaria foi readequado para mostrar que hoje o aedes aegypti transmite potencialmente três doenças, mas que a forma de prevenção é a mesma: eliminar os criadouros do mosquito.
Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) demonstra que 0,6% dos imóveis pesquisados em Belo Horizonte contam a presença da larva do mosquito Aedes aegypti, índice considerado baixo para o Ministério da Saúde. No entanto, isso não é motivo de tranquilidade, alerta o secretário. Segundo ele, o índice mostra que é possível manter em baixa as infestações do mosquito, o que reduz o risco de transmissão da dengue, da zica e do chikungunya. Entretanto, houve um aumento significativo no número de ovos do mosquito encontrados nas armadilhas montadas para capturar o inseto.
“Isso nos mostra que de maneira nenhuma podemos abaixar a guarda e achar que a situação está sob controle. Na verdade, temos um indicador de que 86% dos criadouros do mosquito estão dentro das casas ou em ambientes domiciliares. Temos todas as condições de retirar esses criadouros e reduzir o número de ovos que poderão, com as próximas chuvas e temperaturas elevadas, transformarem-se em larvas e adultos, com altas infestações do mosquito”, alerta Fabiano.
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