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Estado de Minas

Ministério Público ouve presidente da Samarco e exige esclarecimentos


postado em 26/11/2015 06:00 / atualizado em 26/11/2015 07:32

Os sete procuradores que compõem a força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga a catástrofe causada pelo rompimento da barragem da Samarco ouviram ontem, em Belo Horizonte, o diretor-presidente da mineradora, Ricardo Vescovi, e representantes de suas coproprietárias, a Vale e a BHP Billiton. Os procuradores exigiram que as empresas apresentem documentação e esclarecimentos sobre 20 itens, entre eles o contrato da Vale para despejo de rejeitos de minério de ferro na represa da Samarco.

"De cinco anos para cá, mais ou menos, o volume de rejeitos na barragem aumentou bastante", disse o procurador federal José Adércio. Ontem, foi a primeira vez que ele e os outros seis procuradores ouviram representantes das três mineradoras. O presidente da Samarco permaneceu reunido com os procuradores na sede do MPF até 19h07, quando deixou o órgão em carro com motorista, negando-se a dar entrevista.

Amanhã, os procuradores também ouvirão representantes dos órgãos ambientais do estado e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O MPF também vai exigir deles documentos sobre a fiscalização da licença para operação da barragem que estourou.

PERITOS SOBREVOAM ÁREAS DEVASTADAS Peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais vão viajar até o Espírito Santo para avaliar os estragos causados pela lama proveniente do acidente. Ontem, os policiais sobrevoaram os locais devastados pela lama nas cidades de Mariana, Barra Longa e Rio Doce. Do helicóptero da polícia, também avaliaram o que restou do Fundão e as barragens de Santarém e Germano, ambas com a segurança ameaçada.

“O sobrevoo de hoje serviu para planejar as próximas etapas da perícia. Vamos dimensionar as áreas de amostragens para verificação das faunas terrestre e aquática atingidas, as áreas de preservação permanente e as nascentes afetadas”, explicou o diretor do Instituto de Criminalística, Marco Paiva.

O perímetro total alcançado pelos rejeitos, segundo ele, já está em cerca de 826 quilômetros de extensão linear. De acordo com o delegado-geral de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, responsável pela investigação, será pedida a dilação do prazo, que se encerra no próximo dia seis, pois é impossível determinar os responsáveis em apenas um mês. “O Ministério Público já admitiu que pode demorar até um ano. Não podemos ter pressa e nem tirar conclusões precipitadas”, garante o delegado.


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