Uma organização criminosa que provocou rombo superior a R$ 30 milhões em roubo de carga em oito estados e no Distrito Federal foi desarticulada na manhã desta quinta-feira em operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (Ficco-MG). Até o fim da tarde, somavam 33 presos na ação, que teve participação de 300 policiais, entre civis e militares mineiros, federais e rodoviários federais que atuaram nos outros estados.
A quadrilha agia em rodovias federais, principalmente nas BR’s 040 e 050. As cargas mais visadas eram combustíveis, cervejas, medicamentos e carnes. A escolha por estes produtos era a fácil colocação junto a receptadores. A operação foi batizada de Catira, em referência às palavras troca e escambo, na linguagem popular.
As ações policiais começaram por volta das 6h desta quinta, com o cumprimento de 51 mandados de prisão e 50 mandados de busca e apreensão de forma simultânea em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Tocantins e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela Justiça estadual de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com base em dois inquéritos policiais instaurados na cidade.
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Os roubos começavam quando integrantes da quadrilha, chamados de “homens-aranha” pela facção criminosa, subiam nas carrocerias dos caminhões em movimento e provocavam pane nos veículos. Quando o motorista parava na rodovia para verificar o que estava acontecendo, ele era rendido, sequestrado e a carga roubada. Os condutores só eram liberados do cativeiro depois que os criminosos faziam o transbordo da carga e davam uma destinação para os caminhões.
Há sete meses a organização criminosa vinha sendo investigada, depois de identificadas diversas ocorrências de roubos de cargas atribuídas ao grupo criminoso. “A quadrilha funcionava como uma empresa. Tinha, inclusive, uma divisão de tarefas bem definida: núcleo financeiro, núcleo contábil, núcleo armado e núcleo logístico. Os criminosos atuavam de modo dinâmico”, ressaltou o delegado da Polícia Federal, Caio Porto.
O coordenador geral de operações da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, explica que a forma de atuação e a articulação da Ficco servem de exemplo para todo o país. “Uma quadrilha desse porte, com ramificações em todo o Brasil, e com atuação violenta, só pôde ser desarticulada com a atuação conjunta de forças.
A Ficco é coordenada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) e é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, polícias civil e militar e Corpo de Bombeiros de Minas. Na operação, a força integrada contou, ainda, com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda e da Agência Nacional do Petróleo. .