Caem os índices de economia de água na Grande BH

Os índices de economia de água continuam em baixa na Grande BH. Depois de dois meses, a Copasa voltou a divulgar os dados do consumo na região do último comunicado, que indicaram queda de 12,2% em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, e de 11,5% em outubro. A redução é maior que a registrada em agosto (10,8%), mas distante dos 30% estabelecidos como meta pela companhia em janeiro, quando o governo do estado reconheceu que a situação de abastecimento era crítica na Grande BH.

Além da economia em baixa, dados da Copasa mostram que, apesar das chuvas acima da média em novembro nas áreas dos reservatórios de Serra Azul e Vargem das Flores, não houve ainda recuperação significativa do Sistema Paraopeba, que também conta com o reservatório Rio Manso. A Copasa promete inaugurar em menos de um mês a captação adicional na calha do Rio Paraopeba, em Brumadinho, na ordem de 5 mil litros por segundo, para garantir a recarga dos reservatórios e afastar pelo menos pelos próximos 30 anos o risco de desabastecimento na região metropolitana.

Para o professor Carlos Barreira Martinez, coordenador do Centro de Pesquisas em Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, os índices de economia revelam dificuldades da população em mudar hábitos de consumo. "O problema é que esse costume é uma coisa arraigada", avalia. Ele, porém, também cobra da Copasa divulgação de dados sobre perdas de água, de responsabilidade da companhia. "Em quase um ano de gestão, já é possível apresentar bons resultados, que certamente teriam um impacto muito grande na economia. Está na hora de começar a divulgar os dados das perdas", disse.

A Copasa informou por meio de sua assessoria de imprensa que o risco de desabastecimento na região metropolitana está afastado, tendo em vista a conclusão das obras da nova captação do Rio Paraopeba. Atualmente, restam apenas 16% das intervenções para a obra ser concluída. A empresa explicou que essa água será usada preferencialmente nos meses chuvosos, quando o rio aumenta sua vazão. "Essa intervenção vai garantir a distribuição de água para a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte ao mesmo tempo em que permitirá a acumulação de água nos reservatórios do Sistema Paraopeba para o enfrentamento do período seco", informou.

Sobre as perdas no sistema, a empresa diz que o programa Caça Gotas, lançado em fevereiro, diminuiu em 52% o tempo de atendimento a vazamentos nas redes, passando de nove horas para quatro horas e 17 minutos. "Isso possibilitou um significativo combate ao desperdício de água. Os dados apurados até outubro indicam que a companhia realizou 134.816 atendimentos na Grande BH", diz texto enviado pela assessoria da Copasa.

Veja índices de economia em meses de 2015, em comparação com meses de 2014

Economia de água na Grande BH

Fevereiro: 9,4%
Março: 16%
Abril: 15%
Maio: 14,5%
Junho: 15,2%
Julho: 11,6%
Agosto: 10,8%
Setembro: 12,2%
Outubro: 11,5%

Média: 13%