O consultor geral da Vale, Clovis Torres, afirmou que a Samarco é uma empresa grande e tem recursos para pagar por eventuais danos que tenham sido causados por suas operações. "Não há de se falar em provisões (no balanço da Vale) nesse momento", disse Torres. A Vale detém 50% de participação na Samarco, mesma fatia que a anglo-australiana BHP Billiton.
Ainda que a diretoria da Vale aposte na saúde financeira da Samarco, Torres comentou que há estudos sobre uma possível responsabilidade subsidiária da Vale por conta de danos ambientais, caso a empresa se veja sem dinheiro para arcar com o total das despesas. A lama derramada após o rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana atingiu o Rio Doce e chegou até o litoral do Espírito Santo.
O consultor, porém, descartou a necessidade de que a Vale injete recursos na Samarco. "Um aporte na Samarco não é o caso", explicou.
BLOQUEIO Torres contou ainda que a Samarco, dona das barragens que se romperam, continua tentando desbloquear fundos bloqueados pela Justiça de Mariana. Na semana retrasada, foram bloqueados R$ 300 milhões para reparar danos futuramente. "Não faz sentido ficar com esses recursos parados enquanto o Ministério Público e a empresa poderiam usar esse dinheiro para ações humanitárias", defendeu o consultor.
Sem conseguir bloquear o total dos recursos que constavam na decisão judicial, o juiz da comarca de Mariana, Frederico Esteves Duarte Gonçalves, acusou a Samarco de "esconder dinheiro". "Acho que o juiz deu declarações um pouco equivocadas, a empresa não esconde dinheiro. Não tem de se falar em má-fé da Samarco", disse Torres.