Os danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana, na Região Central de Minas, degradaram pelo menos 80% do Rio Doce e não há previsão de quanto tempo vai demorar a recuperação ambiental de um dos principais cursos d'água do Sudeste do país. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira. Três semanas após a tragédia humana e ambiental, a Vale se pronunciou oficialmente a respeito da tragédia de Mariana. A empresa é detentora de 50% da Samarco. Os outros 50% pertencem ao grupo australiano BHP Billinton.
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MP vai acionar Samarco por descumprir acordo de depósito de R$ 500 miResultados de testes da água do Rio Doce fazem MP cobrar transparência Vítimas de tragédia de Mariana relatam drama de ficar sem casa Acompanhe em tempo real a coletiva da Vale sobre a tragédia de MarianaPescadores criam projeto de financiamento coletivo para repovoar Bacia do Rio DoceUnião, Minas Gerais e Espírito Santo vão processar Samarco, Vale e BHP em R$ 20 bilhõesPolícia prende empresário que iria fazer festa com 'rodízio de mulheres' em Poços de CaldasExecutivo da Vale nega redução de investimentos em manutenção de barragensCom a voz embargada, lo executivo admitiu que não tinha a real dimensão da tragédia, especialmente quando a lama de rejeitos atingiu o mar. Reportagem desta sexta-feira do jornal Estado de Minas mostra que a enxurrada de minério de ferro já dizimou 11 tonelas de peixes e ameaça a vida de animais terrestres na região da foz do Doce.
Vania Somavilla, diretora de RH, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia da Vale informou que as prioridades do fundo são a recuperação das nascentes e das matas ciliares. Apesar da gravidade da situação, Somavilla acredita que empresa tem condições revitalizar o rio. "Precisamos conversar com todos os agentes envolvidos." Em relação à contaminação da água, Vania Somavilla afirmou que não houve dissolução de metais pesados e que a empresa tem diagnóstico da situação do Doce.
CAUSAS O diretor do setor de ferrosos da Vale, Peter Poppinga, afirmou que a empresa aguarda o resultado das investigações sobre o rompimento da barragem. Ele ressaltou que não acredita que tenha ocorrido negligência por parte da Samarco. Poppinga considera que o plano de emergência da mineradora segue a legislação, mas admitiu que as ações podem ser melhoradas.
PUNIÇÃO Sobre as multas aplicadas à Samarco, o consultor geral da Vale, Clóvis Torres, disse que, se a Samarco não tiver condições financeiras de pagá-las, os acionistas podem assumir o pagamento.
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