
"Não imaginava que isso aconteceria, pois foi um concurso aberto a todos os estudantes de Nova York. Mas foi gratificante saber o resultado e perceber que com um projeto da profissão que eu escolhi eu vou conseguir contribuir na conscientização de um problema tão grave", afirmou o estudante por e-mail.

"O tipo de arte do cartaz era livre, escolhi trabalhar apenas com tipografia e cores. Nas semanas de finalização do projeto o professor Tony Di Spigna, que dá aula de tipografia, foi o meu mentor". contou. A inspiração veio dos trabalhos gráficos do designer Herb Lubalin. "Comecei a ter muito mais acesso nessas aulas de tipografia, pois o meu professor trabalhou com o Lubalin por muitos anos. E a solução gráfica veio da combinação de alguns esboços, ideias de frases, de composição", disse.
Nas cores, preto, branco e vermelho, o cartaz de Lucas Rossi é bem direto na mensagem. "Quando agressão sexual acontece. Help", diz ao sinalizar os números de emergência da polícia. Segundo o estudante, o trabalho dele será divulgado em todas escolas e universidades da cidade norte-americana, assim como outros locais públicos. "A exposição será muito grande e faz a diferença ter um trabalho premiado e exposto aqui. Estou muito feliz com tudo o que está acontecendo".
Para Lucas, a diferença que ele percebe entre Estados Unidos e o Brasil é que lá existe um diálogo maior e constante sobre o assunto. "Tanto por iniciativa da polícia ou das próprias universidades. Nova York ainda tem números altos de pessoas que não denunciam os assédios que sofrem, principalmente em campus universitários, que é o foco da campanha. Cerca de 80% das pessoas (mulheres e homens) não denunciam. Mas é notável o esforço de órgãos públicos e privados de colocar esse tema em discussão", explicou.