Eram quase 20h quando os pescadores recolheram as linhas. “O mar estava com uma correnteza muito grande”, contou o advogado Erlei Eros Misael, um dos sobreviventes do naufrágio do barco traineira na região de Ilha Grande (RJ), município de Angra dos Reis, na noite deste sábado. Ele narrou momentos de desespero. “O barco fez uma pequena curva para a direita e tombou de uma vez. Revirou as coisas e a água entrou”, disse.
Foi tudo muito rápido. Enquanto alguns pegavam coletes, outros saltaram no mar. ““Saí sem colete mesmo porque eu queria sair de perto do barco com medo dele afundar e puxar. Abracei uma caixa de isopor e depois sumiu todo mundo”, lembra Erlei. Ele ainda foi surpreendido por uma rajada de vento que levou o pedaço de isopor. “Aí o banco do barco apareceu na minha frente. Me apoiei e fui nadando em direção a ilha”. Foram cerca de 40 minutos de agonia até que avistou as primeiras pedras da ilha dos Meros.
Eles faziam parte do grupo de 47 pescadores mineiros que participavam de um concurso de pesca na região de Angra dos Reis. É o terceiro ano consecutivo que o grupo realiza o torneio. Eles se dividiram em três embarcações, que permanentemente estavam em contato. “Quando o barco naufragou foram eles que chamaram o socorro”, relatou. Outros barcos da vieram da ilha de Provetá, também das imediações de Ilha Grande.
Segundo o advogado o barco utilizado para a pescaria não aparentava ter problemas. Para ele, é improvável que a causa do acidente tenha sido climática. “Estava soprando um vento, mas não acredito que tenha sido determinante para isso. Foi do nada. O barco foi fazer uma curva e tombou de uma vez”, narrou.
No meio da tarde, as buscas foram suspensas em decorrência das condições climáticas, inclusive com alerta de temporal. No local, trabalhava uma embarcação do Corpo de Bombeiros e três da Capitania dos Portos, que retornaram para o continente.
De acordo com a Marinha, um navio de patrulha, de maior porte, está seguindo para o local.