Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos de Animais fizeram uma diligência no Mercado Central de Belo Horizonte, na manhã deste domingo, para investigar denúncia recebida em Brasília sobre irregularidade na comercialização. O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais e da CPI dos Maus-Tratos, deputado federal Ricardo Izar (PSD/SP), e o vice-presidente da CPI, deputado federal Laudívio Carvalho (PMDB/MG), foram acompanhados por peritos criminais da Polícia Civil de Minas Geral e da Polícia Federal.
Após os laudos, será definido um prazo para os comerciantes se adequarem as regras da legislação. Segundo a veterinária e perita da Polícia Civil Gláucia de Carvalho, as principais irregularidades são na forma de acondicionamento dos bichos: há muitos animais e espécies diferentes nas mesmas gaiolas. Segundo Laudívio, o objetivo não era multar ou apreender os animais, até porque o Ibama alega não ter espaço para recebê-los. "Nosso objetivo é adequar a comercialização de animais no Mercado Central. Não queremos proibir a venda. Ela é legítima. O acondicionaento que não está adequado", alegou.
A administração do Mercado Central discorda da denúncia de maus tratos, mas segundo o deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), que encaminhou um laudo técnico sobre a venda dos animais no Mercado Central, esse conceito mudou. "No passado, maus tratos era machucar, ferir um animal. Essa ideia evoluiu. Também se configura maus tratos o fato de um animal não ter condições adequadas para viver, como por exemplo uma ave não ter espaço para abrir as asas", alegou. A CPI dos Maus-Tratos, que termina semana que vem, apura perto de 400 denúncias em todo o Brasil, incluindo a de venda irregular de animais no Mercado Central de Belo Horizonte que motivou a deligência. Ontem, um grupo em defesa dos direitos animais já tinha se manifestado em frente ao Mercado Central.