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Estado de Minas

Chuva forte impede retomada das buscas por mineiros desaparecidos no mar

Cinco pescadores desapareceram no fim de semana após o naufrágio de uma embarcação em Angra dos Reis. Com mar revolto, bombeiros não podem começar os trabalhos


postado em 30/11/2015 08:02 / atualizado em 30/11/2015 08:38

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

As buscas pelos cinco mineiros desaparecidos após um naufrágio em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, ainda não têm previsão de retomada por conta das condições climáticas da região nesta segunda-feira. O acidente com pescadores de Arantina, no Sul de Minas, aconteceu na noite de sábado. Oito pessoas conseguiram escapar.

“(As buscas) ainda não foram retomadas, há chuva muito forte em Angra. Uma equipe de mergulhadores do Rio de Janeiro está aguardando a segunda ordem para avançar para o local. A chuva é muito forte”, diz o sargento Leonardo Miranda, do Corpo de Bombeiros de Angra dos Reis. Os mergulhadores fazem parte de uma equipe de 15 militares da capital fluminense que chegaram ao local hoje. Outros três bombeiros de Angra participam das buscas.

As buscas já haviam sido suspensas na manhã de domingo por causa do mau tempo. Enquanto o mar estiver agitado, não há possibilidade de iniciar os trabalhos.

A traineira com 11 mineiros, que participavam de uma competição de pesca, naufragou perto da Ilha Grande. Entre os resgatados estão seis integrantes do grupo de amigos e dois tripulantes da embarcação. O grupo saiu do continente por volta das 15h30 de sábado. Eram quatro embarcações com moradores de Arantina e de Bom Jardim, cidade vizinha de Arantina. Entre os passageiros da traineira Minas Gerais, que naufragou, estava o advogado Erlei Eros Misael, de 42 anos, contou como tudo aconteceu. “Eram quase 20h quando os pescadores recolheram as linhas. O mar estava com uma correnteza muito grande. “O barco fez uma pequena curva para a direita e adernou de uma vez. Revirou as coisas e a água entrou”, recordou o sobrevivente. A traineira estava perto de um local chamado Pontal dos Meros, em Ilha Grande.

Foi tudo muito rápido. Enquanto alguns pegavam coletes, outros saltaram no mar. “Saí sem colete mesmo porque eu queria sair de perto do barco, com medo dele afundar e me puxar. Abracei uma caixa de isopor e depois sumiu todo mundo”, lembra Erlei, que ainda foi surpreendido por uma rajada de vento que levou o pedaço de isopor. “Aí o banco do barco apareceu na minha frente. Me apoiei e fui nadando em direção à ilha”. Foram cerca de 40 minutos de agonia até que ele avistou as primeiras pedras da Laje dos Meros, em Ilha Grande.

O advogado conseguiu ajudar outros três colegas a chegar ao local. “Tínhamos uma boia luminosa. Utilizamos para fazer sinalização. Logo barcos menores vieram da ilha de Provetá e nos prestaram socorro. Nós quatro fomos resgatados ali e outros quatro no mar”, disse. Segundo ele, os desaparecidos são o vice-prefeito de Arantina, José Geraldo da Silva, Wellington Sandro da Costa, de 44, Fernando Carlos, de 44, José Francisco de Assis Silva, 48, e Atail Almeida, de 53. “Quando a Marinha pegou nossos nomes e já não haveria mais o que fazer, ficamos de pés e mãos atados. Nossos familiares estavam ansiosos por notícias. Então viemos embora, deixando duas pessoas que faziam parte da excursão para companhar as buscas.”

(Com informações de Landercy Hemerson e Carolina Braga)


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