Mariana - O Ministério Público de Mariana quer que todas as famílias desabrigadas em Bento Rodrigues e nos demais subdistritos atingidos pela lama que vazou da Barragem do Fundão passem o Natal em uma casa mobiliada, deixando os hotéis e pousadas onde estão alojadas desde o dia da tragédia. Esta é a primeira cláusula do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que o promotor Guilherme de Sá Meneghim vai apresentar ao diretor-presidente da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, que está prestando depoimento nesta tarde de terça-feira no Fórum de Mariana, na condição de testemunha. "Se a Samarco se esforçar, conseguiremos que todos passem o Natal em uma casa, e não em hotéis", disse Meneghim.
O TAC proposto pelo MP tem mais três cláusulas. Uma determina que as informações prestadas pela mineradora aos moradores sejam mais clarase objetivas, para evitar mal-entendidos. A segunda estipula que a Samarco repasse a cada família atingida pelo rompimento da barragem o valor de R$ 10 mil, para que elas possam recomeçar suas vidas. Por fim, o MP quer que o auxílio financeiro mensal que a Samarco se comprometeu a repassar aos moradores, no valor de um sala´rio mínimo, com acréscimo de 20% para cada filho, seja aumentado, pois, no entender da promotoria, é insuficiente para suprir as necessidades dessas pessoas.
A Samarco tem até sexta-feira para responder se aceita as cláusulas do TAC. Em caso de negativa, Guilherme Meneghim vai ingressar com duas ações civis públicas contra a mineradora, uma propondo reparo emergencial para todos os atingidos pela tragédia, e outra propondo reparo definitivo.
DEPOIMENTOS Acompanhado de advogados e assessores, Ricardo Vescovi chegou ao Fórum de Mariana pouco depois das 13h, sem falar com os jornalistas. Ele está prestando depoimento como testemunha.