Jornal Estado de Minas

Mergulhadores localizam barco que afundou com mineiros em Angra dos Reis

 

A escuna Minas Gerais que naufragou no sábado com mineiros em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi localizada por mergulhadores do Corpo de Bombeiros no final da tarde desta terça-feira. Estava a cerca de 900 metros da Ilha dos Meros, a 36 metros de profundidade. Os bombeiros não tiveram como fazer as buscas internas. O tempo está nublado na região e a visibilidade é prejudicada depois dos 10 metros de mergulho. "Em virtude do mau tempo e das condições adversas para as atividades subaquáticas, as operações de mergulho foram encerradas e serão retomadas amanhã (nesta quarta-feira), para dar início à inspeção dos compartimentos internos da embarcação naufragada. O Navio-Patrulha Gurupá permanece na área, em busca dos cinco desaparecidos", informou a Marinha do Brasil.

 

Os desaparecidos são de Aratina, Sul de Minas, que participavam de um torneio de pesca. Outros nove foram resgatados com vida. Ao todo, eram 45 mineiros do Sul de Minas participando do torneio.

Moradores de Bom Jardim de Minas, cidade próxima a Arantina, estavam em um outro barco e ajudaram no socorro às vítimas.

De acordo com o sargento dos bombeiros de Angra dos Reis, Vanildo Valle, chove na região e as buscas foram prejudicadas. “Não tivemos como entrar na embarcação. Como não tem sol, depois dos 10 metros de mergulho ninguém enxerga nada dentro d'água”, disse.

Os trabalhos são feitos pelo Corpo de Bombeiros de Angra dos Reis, que recebeu reforço do grupamento do Rio de Janeiro e também contam com apoio da Marinha do Brasil. “Várias empresas marinas particulares estão dando apoio emprestando cais para a gente montar pontos de apoio”, disse o sargento.

Arantina tem apenas 2.980 habitantes e todo mundo se conhece. Ontem, muita gente não foi trabalhar e a prefeitura manteve as portas fechadas, na expectativa de notícia dos desaparecidos. Aulas foram suspensas e alunos, liberados mais cedo.

Estão desaparecidos o vice-prefeito do município, José Geraldo da Silva, de 47 anos, o dono de oficina mecânica Wellington Sandro da Costa, de 44, o proprietário de bar Fernando Carlos, de 44, o pedreiro José Francisco de Assis Silva, de 48, e o funcionário de uma empresa que presta serviços à MRS Logística, Atail almeida, de 53. Eles faziam parte de um grupo de 45 pessoas que participavam de um torneio de pesca esportiva.
A Marinha informou que vai instaurar Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN). O prazo para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido é de 90 dias.

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