O Ministério Público Federal (MPF) investiga se a empresa que fazia parte da programação da obra de alteamento da Barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, é a mesma que realizava auditoria da Samarco, empresa responsável pela mina. A documentação do contrato já foi solicitada e está sendo analisada por uma força-tarefa criada pelo órgão para apurar as consequências e as responsabilizadas causadas pela maior tragédia ambiental do país.
A equipe de investigação foi montada por procuradores de toda a área do acidente, desde Mariana até a desembocadura do mar. O trabalho de apuração está dividido na prevenção de novos rompimentos, nos danos, e na responsabilização da tragédia. “As barragens de Germano e Santarém, estamos fazendo um trabalho para prevenir a possibilidade de ruptura. Aparentemente está controlada a situação, mas não está 100%. Também contratamos peritos que estão fazendo levantamento dos danos em comunidades indígenas, quilombolas, nas unidades de conservação e nos distritos atingidos. Depois, vamos buscar toda a recomposição do dano com a empresa”, afirma o procurador.
Em relação a responsabilidades da tragédia, o MPF apura a linha criminal, civil e administrativa. “Além da empresa, também verificamos a situação federal, como o licenciamento e a fiscalização das barragens. Estamos analisando esses dados que são complexos e necessita de contra-análise, então, é precipitado divulgar. Posso dizer que temos linhas investigativas muito forte, mas a divulgação pode atrapalhar nas investigações”, conclui.