O filho de Maria das Graças Celestino da Silva, 65 anos, morta na tragédia Marcelo José Felício, conta que recebeu a notícia da identificação do corpo da mãe no início da tarde. Ele tinha acabado de ser transferindo com a família do hotel para uma casa alugada pela Samarco, em Mariana. “Ligaram do IML de Belo Horizonte " disse.
Apesar da tristeza, Marcelo se diz aliviado, pois terá um corpo para enterrar, prestar suas últimas homenagens e tentar recomeçar a vida. Segunda feira ele vai a Belo Horizonte tratar da liberação do corpo, que deve ser sepultado no Cemitério de Santana, ao lado dos pais dela, como era o seu desejo.
O Estado de Minas publicou hoje o depoimento de Marcelo, dentro do especial Vozes de Mariana, uma série de entrevistas com personagens da tragédia que serão publicadas até o dia 20 de dezembro. Com as quatro identificações, os números da tragédia chegam a 15 mortos e quatro desaparecidos. "Ela falou que minha mãe estava no terreiro da casa dela, com a lama batendo no joelho dela. Aí veio uma onda e jogou ela para dentro da lama. Aí ela sumiu no meio da lama", diz Marcelo, se referindo à conversa que teve com uma vizinha que presenciou o momento da passagem do tsunami de lama.