O presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, falou nesta segunda-feira sobre o bloqueio de contas da mineradora, responsável pela barragem de rejeitos que rompeu em 5 de novembro, destruindo o povoado de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central de Minas. Ele também disse que a empresa tem recebido solicitações com prazos apertados para resposta.
Em 26 de novembro, o juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, da comarca de Mariana, determinou a indisponibilidade de R$ 292 milhões da Samarco que estejam sob custódia do Banco Central (BC). O magistrado também negou pedido da mineradora de liberação dos valores que já foram bloqueados.
Em seu despacho, o juiz disse que, quando deferiu liminar, no dia 13 de novembro, determinando a indisponibilidade de R$ 300 milhões, por meio do sistema Bacenjud, havia apenas cerca de R$ 8 milhões na conta da mineradora. Com isso, ele determinou o bloqueio de quaisquer valores e títulos de crédito da empresa sob custódia do BC, até completar os R$ 300 milhões.
Na semana anterior, o juiz André Gonçalves de Oliveira Salce, titular da 26ª Vara Federal, já havia determinado o bloqueio de R$ 570 milhões da Samarco, decorrente de uma ação movida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e diz respeito a débitos de créditos decorrentes do pagamento da Compensação Financeira pela pela Exploração de Recursos Minerais (Cefem) em menor valor do que o devido.
Ainda na entrevista, Ricardo Vescovi disse que muitas instituições estão procurando a Samarco para solicitar informações e ações em relação à tragédia. “Nós temos procurado atender a todas da mesma maneira e temos feito muitos atendimentos em várias instituições e em várias agências. Ocorre que eventualmente algumas solicitações requerem um prazo muito apertado para que a resposta seja dada com qualidade”, explica. “Quando isso acontece nós voltamos à instituição e apresentamos um pedido para que dilate um pouco o prazo para que a gente possa responder com qualidade”.