A polêmica dos ruídos volta a entrar em pauta na capital dos bares. Músicos de Belo Horizonte e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/MG) se uniram para cobrar mudanças na lei do silêncio. As duas partes querem o aumento de pelo menos 10 decibéis no limite máximo previsto na legislação que atualmente é de 70 dB. A situação vai voltar a ser discutida nesta quinta-feira durante audiência pública na Câmara Municipal. Nesta segunda-feira, artistas farão um show no início da noite na Savassi, na Região Centro-Sul, para divulgar aos moradores as propostas do grupo.
Músicos da capital mineira resolveram se juntar e criar o movimento “Nos Bares da Vida”. “Nós queremos divulgar a nossa insatisfação da classe que está sofrendo retaliação por causa da lei, que foi sancionada pelo atual governador e sofreu mudanças sugeridas por vereadores”, explica o percussionista José Natividade Oliveira Paes Filho, mais conhecido como Zeca Magrão, um dos líderes do grupo.
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Projeto libera mais ruídos em Belo HorizonteArquitetos tentam desenvolver toldo para reduzir 80% dos ruídos em bares de BHCâmara adia votação de projeto de lei que altera Lei do SilêncioProjeto que flexibiliza Lei do Silêncio provoca barulho na CâmaraO músico também critica a forma como é feita a fiscalização em BH. “É com truculência que os fiscais atuam. Chegam no ambiente e normalmente fazem a medição dentro do bar, sendo que a lei diz que tem que ser feita dentro das casas dos moradores”, reclamou.
A crítica a lei é compartilhada pela Abrasel. Para o presidente da associação, Fernando Júnior, o barulho da cidade já é superior ao limite imposto pela legislação. “Não somos a favor do barulho somos simplesmente a favor de uma lei do silencio que seja exequível. Hoje, mesmo com o bar fechado ou aberto, o próprio barulho da cidade já é maior que a exigência da lei do silêncio”, disse. “Quando a lei foi feita, teve um enfoque muito mais político do que técnico. É muito bonito falar que a cidade vai ficar melhor para dormir. Mas, chegou a um ponto que é cobrado um valor que não é possível entregar”, criticou.
A Abrasel também vai participar da audiência pública de quinta-feira.