A polêmica dos ruídos volta a entrar em pauta na capital dos bares. Músicos de Belo Horizonte e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/MG) se uniram para cobrar mudanças na lei do silêncio. As duas partes querem o aumento de pelo menos 10 decibéis no limite máximo previsto na legislação que atualmente é de 70 dB. A situação vai voltar a ser discutida nesta quinta-feira durante audiência pública na Câmara Municipal. Nesta segunda-feira, artistas farão um show no início da noite na Savassi, na Região Centro-Sul, para divulgar aos moradores as propostas do grupo.
Músicos da capital mineira resolveram se juntar e criar o movimento “Nos Bares da Vida”. “Nós queremos divulgar a nossa insatisfação da classe que está sofrendo retaliação por causa da lei, que foi sancionada pelo atual governador e sofreu mudanças sugeridas por vereadores”, explica o percussionista José Natividade Oliveira Paes Filho, mais conhecido como Zeca Magrão, um dos líderes do grupo.
O movimento vai apresentar uma proposta na próxima quinta-feira para que seja aumentado o limite permitido de decibéis em bares e restaurantes da capital mineira. “Vamos sugerir que o limite passe para 85 decibéis. Na lei, colocaram que a partir de 60 decibéis já é prejudicial para a saúde. Mas, em alguns pontos da cidade o ruído supera isso. Por exemplo, fizemos um teste com um decibelímetro no Mercado Central e o valor foi superior a 89 dB”, afirma Zeca Magrão.
O músico também critica a forma como é feita a fiscalização em BH. “É com truculência que os fiscais atuam. Chegam no ambiente e normalmente fazem a medição dentro do bar, sendo que a lei diz que tem que ser feita dentro das casas dos moradores”, reclamou.
A crítica a lei é compartilhada pela Abrasel. Para o presidente da associação, Fernando Júnior, o barulho da cidade já é superior ao limite imposto pela legislação. “Não somos a favor do barulho somos simplesmente a favor de uma lei do silencio que seja exequível. Hoje, mesmo com o bar fechado ou aberto, o próprio barulho da cidade já é maior que a exigência da lei do silêncio”, disse. “Quando a lei foi feita, teve um enfoque muito mais político do que técnico. É muito bonito falar que a cidade vai ficar melhor para dormir. Mas, chegou a um ponto que é cobrado um valor que não é possível entregar”, criticou.
A Abrasel também vai participar da audiência pública de quinta-feira. “O encontro vai ser muito importante para podermos discutir o assunto e ouvir da população o que querem para a capital brasileira dos bares”, afirma Júnior. Nesta segunda-feira, músicos do movimento “Nos Bares da Vida” vão realizar um show no quarteirão fechado da Rua Pernambuco para divulgar as ações do grupo. As apresentações, de gêneros distintos, vão começar por volta das 18h.