Polêmica na elaboração do projeto de lei (PL) sobre o novo Código de Mineração, que deve ser votado na Câmara dos Deputados essa semana. Segundo o escritório da BBC no Brasil, “o documento oficial do PL proposto por deputados federais para o novo Código da Mineração, que define as regras do setor, foi criado e alterado em computadores do escritório de advocacia Pinheiro Neto, que tem como clientes mineradoras como Vale e BHP”.
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Professores divulgam fotos da Escola Municipal Bento Rodrigues antes de tragédiaMissão da ONU vai a Mariana investigar rompimento de barragem da SamarcoAtingidos por lama da Samarco viram prisioneiros da tragédiaBuscas por desaparecidos são reduzidas em MarianaO conteúdo do documento, criado num laptop do escritório Pinheiro Neto, foi modificado em vários trechos pelo advogado Carlos Vilhena, um dos sócios. O documento, contudo, foi assinado pelo deputado mineiro Leonardo Quintão (PMDB).
“As mudanças feitas a partir das máquinas do escritório vão de tópicos socioambientais a valores de multas em caso de infrações. O valor máximo da 'multa administrativa simples' para empresas mudou três vezes: no original era de R$ 1 milhão, depois passou a R$ 5 bilhões, e terminou fixada em R$ 100 milhões”, informou a BBC.
O escritório Pinheiro Neto reconheceu o uso de seus equipamentos, mas informou que o advogado “não atuou como representante do escritório nessa questão” e que o profissional “usou um laptop do escritório, em regime de comodato, fora do ambiente de trabalho”. Segundo o advogado, ele colaborou “voluntariamente” no texto, mas não o criou.
O deputado negou que o advogado sugeriu mudanças no documento. Segundo ele, o profissional trabalhava voluntariamente no processo. “Na semana passada, devido o fato de Mariana, o presidente pediu que para reunirmos com a Comissão Especial que acompanha o desastre, para que pudéssemos fazer modificações no texto mediante a demanda. Essas modificações aconteceram dentro da Câmara dos Deputados na sala de comissão especial.
O advogado, segundo o deputado, foi contratado para, apenas, 'redigir o texto'. “Estavam presentes deputados, procuradores a assessoria técnica da comissão de meio ambiente e voluntários. O advogado é entusiasta do setor mineral no Brasil e é especialista em redação. Estava lá, exclusivamente, para redigir o texto, sob orientação dos deputados. ”, afirmou. “Foi utilizado o laptop dele, mas não tem nada de ilegal.