Duas semanas depois de a Organização das Nações Unidas avaliar que o maior desastre socioambiental do Brasil não é um simples acidente, mas sim um “crime”, uma comissão da entidade chegou nessa segunda-feira ao país para investigar tanto o comportamento de empresas de mineração quanto do governo na catástrofe causada pelo vazamento de 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério na Barragem do Fundão, em Mariana, de propriedade da Samarco.
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A intenção é de que os princípios assegurem que o poder público proteja os cidadãos contra violações aos direitos humanos por parte de empresas. Da mesma forma, buscam esclarecer “a responsabilidade das companhias em respeitar os direitos humanos, bem como a necessidade de garantir às vítimas acesso a meios eficazes de reparação”.
“O Brasil é a sétima maior economia do mundo e, portanto, possui uma função de destaque nos âmbitos regional e global. Estamos muito interessados em conhecer as medidas adotadas no país para prevenir e solucionar violações a direitos humanos relacionadas a atividades empresariais”, informou a russa Pavel Sulyandziga, especialista em direitos humanos.
RELATÓRIO Os especialistas vão apresentar um informe final sobre a situação no Brasil apenas em junho de 2016, mas, no último dia da viagem, responderão a perguntas de jornalistas sobre suas primeiras análises. “Além de nos reunir com autoridades governamentais e um grande número de empresas, conversaremos com organizações da sociedade civil, sindicatos e outras partes interessadas, e esperamos aprender muito com a sua experiência”, disse o chileno Dante Pesce. Os outros três integrantes da comissão são Michael Addo, de Gana; Margaret Jungk, dos Estados Unidos; e Puvan Selvanathan, da Malásia.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, espera com ansiedade a visita da comissão: “A presença da ONU é importante, pois vai nos ajudar a fiscalizar e a cobrar, se for necessário”.