A tentativa de conter o avanço do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, terá dias decisivos em Belo Horizonte. Além do período chuvoso aliado à previsão de aumento na temperatura nos próximos dias, outro fator tem preocupado autoridades sanitárias: a incidência maior de focos nos pontos de procriação do mosquito monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o órgão, nas armadilhas que simulam ambiente para procriação, instaladas semanalmente em diferentes pontos da capital para medir o nível de infestação, foi detectada média de 60 ovos por unidade, no início de novembro, data do último resultado disponível. O número, considerado alto pela gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Maria Tereza Oliveira, é três vezes maior que a média de 20 ovos registrada no mesmo período do ano passado. Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde confirmou que 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileiros.
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Especialistas cobram medidas contra o zika vírus em Minas GeraisMinas investiga se três casos de microcefalia têm relação com zika vírusBelo Horizonte investiga caso de microcefalia por zika vírus Casos suspeitos de microcefalia chegam a 1.761; país investiga 19 mortes Prefeitura de Belo Horizonte decreta situação de emergência por infestação do Aedes aegyptiMinas Gerais recebe 2,2 toneladas de larvicida para combater o 'Aedes aegypti'Em BH, além da alta percebida no número de ovos, outros fatores indicam que é preciso ampliar os cuidados.
Estratégias Para especialistas, é preciso adotar táticas mais efetivas no combate ao mosquito. O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, defende parcerias com policiais militares, Defesa Civil e até mesmo com o Exército. “Consideramos, sim, essa possibilidade. Os números mostram que o trabalho que vem sendo feito não está sendo suficiente”, avalia.
As técnicas mais tradicionais de combate aos focos consistem em evitar o armazenamento de água parada, limpar calhas e caixas d’água com frequência, evitar acúmulo de lixo e colocar areia nos pratos e vasos de flores.
De acordo com SMSA, as ações de combate ao Aedes incluem visitas domiciliares feitas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACES), mutirões de limpeza, combate aos focos, ações de mobilização social e palestras em empresas e escolas. A secretaria informou ainda que, apesar de ter descartado o uso de fumacê em vias públicas, usa o produto químico Ultra Bate Volume (UBV) Costal, aplicado nas áreas de maior ocorrência e transmissão da doença, como quintais e lotes vagos. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que está em alerta, especialmente com a situação nos estados da Região Nordeste do país. A pasta informou que lançou recentemente a Campanha Dengue 2015/2016 e anunciou a liberação de R$ 36 milhões para apoio às ações de combate em todo o estado..