Trinta e três dias depois do estouro da barragem de rejeitos de minério da Samarco, em Mariana, a Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a criticar as autoridades brasileiras. Há pouco, o relator especial da entidade para o direito humano à água segura e ao saneamento básico, Léo Heller, cobrou do poder público medidas para que a população afetada pela contaminação dos rios tenha acesso à água segura e ao saneamento.
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Ele acrescentou que relatos mostram que moradores das cidades cortadas pelo Rio Doce, o maior curso d'água exclusivamente do Sudeste, com 853 quilômetros de extensão, enfrentam longas filas para conseguir água potável em postos de distribuição.
Uma dessas cidades é Galileia, no Leste de Minas, onde houve um surto de diarreia depois que o abastecimento foi suspenso e a população passou a consumir água retirada de minas, de outros cursos d'água e distribuída pela Samarco.
“Como medida de emergência, as autoridades públicas vêm distribuindo água em alguns pontos, e as empresas de mineração têm levado água engarrafada às áreas afetadas. No entanto, várias pessoas continuam expressando sua insatisfação com a distribuição de água, julgada insuficiente e desorganizada”, Léo Heller..