Em apenas uma semana, o número de casos de microcefalia registrados no Brasil passou de 1.248 para 1.761, um aumento de 513 ocorrências, o que fez o Ministério da Saúde lançar um protocolo emergencial de vigilância e resposta à doença. De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a situação é muito grave. Para combater o avanço do zika vírus, foi apresentado ontem no Rio de Janeiro o Plano Nacional de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, com os principais passos para barrar a doença. Os 1.761 casos de microcefalia foram detectados em 422 municípios de 14 estados. Minas Gerais não aparece na relação de estados com registro de microcefalia acima da média, mas 11 casos estão sendo investigados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG). Além disso, a situação de dois municípios mineiros, Pará de Minas e Bom Despacho, com altos índices de infestação do mosquito vetor da dengue, do zika e da febre chikungunya, chama a atenção do Ministério da Saúde.
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Secretaria nega surto de microcefalia em Minas e diz que números são "normais"Secretaria de Saúde investiga 11 casos de microcefalia em MinasCasos de microcefalia em estados vizinhos ligam alerta no interior de MinasAssustadas com surto de microcefalia, grávidas cancelam viagens para o NordesteMinas investiga se três casos de microcefalia têm relação com zika vírusMaioria dos estados que fazem divisa com Minas tem casos de microcefaliaMicrocefalia dispara e soa alarme contra o zikaZika infectou ao menos 500 mil neste ano; casos de microcefalia crescem 41%Entre os estados que já apresentaram casos de microcefalia relacionados ao zica vírus, a pior situação é de Pernambuco, com 804 registros. Em seguida, vêm Paraíba (316 casos), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).
O Ministério da Saúde informou que os dados divulgados ontem são resultados de levantamentos feitos nos estados e encaminhados ao governo federal até sexta-feira da semana passada. Minas Gerais não foi incluída nessa relação porque, de acordo com a SES, os casos no estado estão abaixo da média nacional de incidência de microcefalia. Mas está sendo feito um acompanhamento das ocorrências da doença e caso haja um aumento acima da média será feita a comunicação às autoridades federais.Nesta semana, o ministério alterou a medida para a triagem e identificação de bebês possíveis portadores de microcefalia. A medida da cabeça (perímetro cefálico) passou de 33 centímetros para 32.
O objetivo do protocolo de emergência criado pelo ministério é ampliar as ações educativas, com o repasse de informações, orientações técnicas e diretrizes para profissionais de saúde e equipes de vigilância. O protocolo ainda traz orientações quanto a casos suspeitos identificados durante a gestação, o parto e depois do nascimento. Também informa critérios para a exclusão de casos suspeitos, apresenta sistema de notificação e investigação laboratorial.
MALFORMAÇÃO A microcefalia é uma condição neurológica em que a cabeça do recém-nascido é menor quando comparada ao padrão considerado adequado. Os bebês com essa malformação congênita nascem com um perímetro cefálico menor do que o normal. Em geral, a malformação congênita está associada a uma série de fatores de diferentes origens. Além do vírus, pode ser causada pelo uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infecção.
Mais ovos de mosquito em BH
O último LIRAa realizado em Belo Horizonte, em novembro, mostrou que o índice de infestação do Aedes aegypti está abaixo de 1%, mas há outros motivos de preocupação para as autoridades municipais de saúde. Além do período chuvoso aliado à previsão de aumento na temperatura nos próximos dias, há a incidência maior de focos nos pontos de procriação do mosquito monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde.