(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Candidata a patrimônio, Pampulha tem suas belezas redescobertas

Cartão-postal e ponto de visita obrigatório para turistas e belo-horizontinos, região une modernismo e história


postado em 10/12/2015 06:00 / atualizado em 10/12/2015 08:50

Direto de Salvador e ciceroneados pela sobrinha Ana Paula, José Ivan e Ildalice levaram os filhos José Ivan Neto e Rafael para conhecer a Igreja de São Francisco, um dos pontos preferidos pelos visitantes no conjunto arquitetônico(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Direto de Salvador e ciceroneados pela sobrinha Ana Paula, José Ivan e Ildalice levaram os filhos José Ivan Neto e Rafael para conhecer a Igreja de São Francisco, um dos pontos preferidos pelos visitantes no conjunto arquitetônico (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Arquitetura modernista, espelho d’água, natureza, história e cartão-postal. A Pampulha é um dos orgulhos da capital e ponto de visita obrigatório para brasileiros e estrangeiros entusiasmados em conhecer a região candidata a patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Até para os belo-horizontinos é sempre tempo de redescobrir a cidade, que completa 118 anos no sábado, e ver bem de perto os monumentos da Pampulha projetados na década de 1940 por Oscar Niemeyer (1907-2012) e erguidos à beira da lagoa.

Curtindo as férias na faculdade, a estudante de economia Ariana de Souza Oliveira, de 23 anos, natural de BH e residente em Sabará, na região metropolitana, conheceu, ontem o Museu de Arte da Pampulha (MAP), onde funcionou o antigo cassino. E se encantou. “Vim, principalmente, pela possibilidade de o conjunto modernista receber o título de patrimônio cultural da humanidade. Acho essa conquista muito importante e estou certa que BH merece”, afirmou a estudante disposta a visitar ainda a Igreja de São Francisco de Assis e a Casa do Baile. “Há uma integração bonita entre a natureza e a arquitetura”, assegurou.

Já a publicitária Thais Cordeiro Gomes, moradora do vizinho Bairro Santa Amélia, mantém uma longa relação de afeto com a Pampulha. “Nasci e passo todo o tempo por aqui também. Amo Belo Horizonte, amo a Pampulha”, destaca Thais. “Vejam só, na década de 1940, tudo isso foi planejado de forma inovadora, um conjunto moderno para acabar com a mesmice da época. Temos os jardins de Burle Marx, tão bonitos. As pessoas precisam conhecer mais esse patrimônio, pois ele é de todos os belo-horizontinos”, acredita a publicitária. A Pampulha será palco da 26ª edição do Réveillon da Alterosa.

Mineiro de Mantena, Matheus Redighieri não deixa de ir à Pampulha quando vem a BH,e ontem visitou a Casa do Baile(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Mineiro de Mantena, Matheus Redighieri não deixa de ir à Pampulha quando vem a BH,e ontem visitou a Casa do Baile (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Na Igreja de São Francisco, um dos pontos mais visitados, quem chega encontra uma novidade. Como medida de segurança e proteção aos pedestres, o templo está ligado por um calçadão à Praça Dino Barbieri, do outro lado da rua, dentro das obras de requalificação empreendidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O militar José Ivan da Silva Júnior e a mulher Ildalice Reis Silva, engenheira, residentes em Salvador, já conheciam a Pampulha e fizeram questão de levar os filhos José Ivan Neto, de 13, e Rafael José, de 12. Como cicerone, a sobrinha Ana Paula, de 12, moradora de BH.

IMPACTO VISUAL Depois de muitas fotos, tendo a igrejinha como cenário e o caçula Rafael José como fotógrafo oficial do grupo, a família contemplou a lagoa com calma. E andou ao longo dos jardins, aproveitando também para desfrutar de uma caminhada na Avenida Otacílio Negrão de Lima. “A igreja tem um estilo bem diferente das demais construídas em Minas. O modernismo causa impacto, pois a gente se acostumou a ver os templos barrocos. Esta também tem muita beleza”, afirmou José Ivan que, amanhã, vai visitar Ouro Preto com a mulher e os filhos.

Depois de mais um registro fotográfico, Rafael José contou que a paisagem foi além das suas expectativas. “Ele sempre teve muita vontade de conhecer a lagoa”, afirmou a mãe abraçando o filho. Ao lado, a sobrinha Ana Paula demonstrava conhecimento sobre a Pampulha, onde já foi várias vezes. “É muito bonito”, concordou a garota. Não muito longe, o casal de namorados residente em Brasília, Souza Bieter e Renata Caetano, se divertia escolhendo os melhores ângulos. “Nossa motivação em visitar a lagoa e seu conjunto arquitetônico foi exatamente a candidatura a patrimônio mundial”, afirmou Bieter.

LUGAR PREFERIDO Todas as vezes em que visita Belo Horizonte, mesmo que por apenas um dia, o estudante de engenharia de produção Matheus Redighieri, natural de Mantena, no Leste mineiro, e residente em Itabira, na Região Central, visita algum monumento da Pampulha. Ontem, ele passou preciosos minutos contemplando a orla, sentado num banco da Casa do Baile, atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte. “Este é meu cartão-postal preferido da região. Moro numa cidade antiga, e admiro os estilos barroco e modernista, mas nada se compara às construções projetadas por Niemeyer. Além disso, gosto do clima, do formato da lagoa, enfim, de tudo”, disse o estudante.

Matheus contou que torce para a Pampulha conquistar o título concedido pela Unesco – este ano, o conjunto modernista é o único candidato brasileiro no páreo. “Morei dois anos na França e, quando meus amigos de lá vierem me visitar, vou trazê-los para conhecer a Pampulha”, disse Matheus.

Saiba mais

Em busca do reconhecimento

A Pampulha está na lista indicativa do Brasil desde 1996 e a candidatura a patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), foi retomada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em dezembro de 2012. O conjunto arquitetônico inclui os edifícios e jardins da Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte, antigo cassino (foto), Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), construídos quase simultaneamente entre 1942 e 1943, além a residência de Juscelino Kubitschek (atual Casa Kubitschek), datada de 1943. Entre os que deixaram sua marca na Pampulha, está o nome do pintor Cândido Portinari (1903-1962). Se houver o reconhecimento, BH estará ao lado de mais três cidades mineiras: Ouro Preto (título concedido em 1980), Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1985), na Região Central, e Dimantina (1999), no Vale do Jequitinhonha. O resultado será divulgado pela Unesco em junho de 2016, em Istambul, na Turquia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)