Jornal Estado de Minas

Minas Gerais investiga 28 casos de microcefalia associada ao zika vírus

O número de casos de microcefalia em recém-nascidos que podem estar relacionados com o zika vírus aumentou em Minas Gerais. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou boletim, nesta quinta-feira, informando que desde 11 de novembro, 29 casos foram notificados. Um caso foi descartado por não ter relação com a doença e outros 28 seguem sendo investigados. Belo Horizonte investiga nove casos da doença.

Os casos suspeitos de microcefalia aumentaram 154% em uma semana. Na última quinta-feira, a Secretaria divulgou o balanço indicando que 11 pacientes estavam sendo monitorados. Agora, são 17 notificações a mais. Eles estão sendo investigados em 21 municípios mineiros.


Em Belo Horizonte, foram notificados 10 casos suspeitos de zika vírus associados a microcefalia em recém-nascidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), um caso, de residente fora de BH, foi descartado laboratorialmente. Ainda segundo a pasta, cinco casos que aguardam resultado do exame de laboratório, três são de moradores da capital mineira e outros dois do interior. Outros quatro pacientes de outros municípios tiveram alta. A secretaria informou que caberá aos municípios, onde eles moram, decidir pela realização de exame laboratorial.

A preocupação com o zika vírus aumentou depois do aumento do número de casos de microcefalia no país relacionados a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O inseto também é o transmissor da dengue e da febre chikungunya. Segundo a SES, o está sendo cumprido os protocolos do Ministério da Saúde.
Foi reativada a vigilância sentinela, que consiste em equipes nas unidades de saúde treinadas para identificar os sintomas da doença. Assim que detectado, o paciente é encaminhado para análise.

Mesmo sem registro de circulação do vírus em Minas, a secretaria informou que já distribuiu equipes em Belo Horizonte, Uberaba, no Triângulo Mineiro, Montes Claros, na Região Norte, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Pouso Alegre, no Sul de Minas.

A grande preocupação é com o combate a larvas do mosquito. De acordo com a Secretaria de Saúde, mais de 80% dos focos de Aedes aegypti estão dentro das casas. Em Belo Horizonte, a situação também é crítica. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) instalou armadilhas que simulam ambiente para procriação, instaladas semanalmente em diferentes pontos da capital para medir o nível de infestação. Foi detectada média de 60 ovos por unidade, no início de novembro, data do último resultado disponível. O número é três vezes maior que a média de 20 ovos registrada no mesmo período do ano passado.

O alerta aumenta nesta época do ano, que além do período chuvoso, há o aumento da temperatura, o que acelera a infestação do mosquito. .