A Vale que, juntamente com a anglo-australiana BHP Billinton, é proprietária da mineradora Samarco, afirmou em nota divulgada na noite desta quinta-feira que “não se considera responsável pelo acidente”, sustentando que a transferência de rejeitos para a Barragem do Fundão foi gerenciada pela Samarco. A gigante da mineração também classificou como “precipitadas” as manifestações do Ministério Público em momento em que as causas do desastre ainda precisam ser esclarecidas.
Na tarde desta quinta-feira, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entregou uma ação civil pública à Justiça de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cobrando ações de assistência da Samarco, responsável pela barragem de Fundão, da Vale e da BHP Billinton. O recurso cobra verba mensal, moradia adequada até 24 de dezembro e assistência para resgate de bens aos atingidos pela tragédia de 5 de novembro deste ano. Ao todo, o promotor Guilherme de Sá Meneghim vai ajuizar pelo menos 11 cláusulas a favor dos moradores das comunidades destruídas pela lama de rejeitos.
A inclusão da Vale e a BHP Billinton na ação, que atinge também a Samarco, é por causa da atuação das empresas na cidade. “As três empresas estão presentes porque a Vale e a Samarco jogavam os rejeitos na represa. Por isso, são diretamente responsáveis (pela tragédia). A BHP foi incluída por ter aferido lucros exorbitantes por causa destas atividades minerária da Samarco, devido a isso, deve responder pelos estragos causados”, explicou o promotor.