Daniel e Rodrigo se exercitam no Parque da Serra do Curral: ar puro - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Um dia no parque faz bem ao corpo e ao espírito: é bom para passear, namorar, deixar a criançada solta, malhar, ler, conversar com um amigo ou simplesmente deixar a vida fluir. Belo Horizonte, que completa 118 anos amanhã, tem 75 áreas municipais com muito verde e ótimas para o convívio, então basta escolher e desfrutar desse patrimônio no ponto para encantar moradores e visitantes. O estudante Gabriel Lucas Stockler, de 10 anos, está ficando craque no skate e, na tarde de ontem, mostrava sua habilidade ao pai, Paulo Azevedo, auditor, residente no Bairro Cruzeiro, na Região Centro-Sul. “Olha, pai, já estou descendo nesta rampa!”, comemorava o menino na pista do Parque das Mangabeiras, aos pés da Serra do Curral.

O ar puro, a exuberância da vegetação e a beleza da paisagem são os principais atrativos do Mangabeiras, garante Paulo Azevedo, que recomenda a todos uma “redescoberta” dos parques. “Tanta natureza para se ver, às vezes muito perto de casa, e as pessoas não aproveitam”, observa. Com capacete e outros equipamentos de proteção, Gabriel se mostrava totalmente integrado ao ambiente e, num segundo para descansar, contou que admira muito a cidade onde nasceu: “Gosto da escola, do Centro da cidade e desta pista, claro!”

Sempre que pode a cabeleireira Cilva Dias Gonçalves, moradora do Bairro Aparecida, na Região Noroeste, reúne a família e passeia no Mangabeiras. “Aqui tem sossego, parece um lugar no interior. E é ótimo para tirar fotografias”, ressaltou Cilva, com bom humor, ao lado da filha Beatriz Miranda Gonçalves Dias, de 14, e da sobrinha Mariana Cristina Xavier Gonçalves de 20, estudante de administração. Para o retrato ficar ainda mais charmoso, Beatriz levou balões vermelhos, em forma de coração, que deram mais movimento à cena conforme o balanço do vento. “Nem parece que estamos em BH”, comentou a garota.

Uma caminhada pelo parque mostra a preferência dos noivos pelo lugar na hora de fazer as fotos do álbum de casamento. Elas estão sempre lá – “brancas e radiantes”, como diz a velha música – ou no terno mais elegante. Mães de barriga de quase nove meses, sempre com ela de fora, também gostam de posar para as lentes dos fotógrafos, enquanto as outras, com seus filhinhos, também capricham no visual. Ontem, no melhor estilo natalino, uma mulher se mostrava feliz da vida com o seu bebê de colo vestido de Papai Noel.

NA MONTANHA No quase vizinho Parque da Serra do Curral, também sob administração da Fundação de Parques Municipais e aos pés do maciço símbolo da capital, os amigos Daniel Milagre Hazan, de 24, estudante de biologia e morador do Sion, e Rodrigo Moreira Rebelo Horta, de 22, futuro advogado, residente no Anchieta, malhavam nos aparelhos de ginástica e respiravam o ar puro da montanha. “Sou de BH, uma cidade que tem uma galera unida, educada. Este lugar é arejado, está sempre mais vazio, por isso venho sempre”, explica Daniel,

Rodrigo também é fã da sua cidade e, nos momentos de folga, divide seu tempo entre o Parque da Serra do Curral e o Mangabeiras. “Os parques estão melhorando muito em infraestrutura para lazer e esportes. Gosto do Mangabeiras, particularmente, pela pista de skate. Esse aqui tem trilhas ótimas”, afirma o rapaz, que também aprecia muito o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, na Pampulha, administrado pela Fundação Zoobotânica.

Já no Centro, o grande atrativo verde é o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, mais conhecido como Parque Municipal. Foi esse espaço na Avenida Afonso Pena o escolhido pela dona de casa Simone Aparecida dos Santos, de 40, residente em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para celebrar o aniversário da filha Aline, de 6. Feliz da vida, a menina de cabelos louros e compridos se divertia jogando pipoca para os pombos ao seu redor. “Ela está gostando muito. Já andou no carrinho, no patinho e no carrossel”, enumerava Simone enquanto apontava para os brinquedos do parque infantil.

EM CASA Na tarde de ontem, dava para ver várias cenas no parque, que é mais velho três meses do que a capital. Sob uma árvore, um casal namorava; mais adiante, uma família, em silêncio, parecia rezar diante dos presépios em exposição ao ar livre; sob a ponte, duas estudantes se debruçavam na balaustrada vendo as carpas, enquanto um casal de meia idade tinha o olhar perdido na direção dos patos. Mas também tinha gente olhando o celular, em pose de contemplação ou numa caminhada acelerada. Lugar mais democrático, impossível.

Natural de Aimorés e morador do Bairro Serra, na Região Centro-Sul, o casal Oscar Vailante, de 24, e Juliana Wesphtal brincava com o filho João Artur, de 1 ano. “Moramos há cinco meses em Belo Horizonte e nos sentimos em casa. Estamos sempre passeando no Parque Municipal, pois é bom para nosso filho”, disse Oscar. Com um sorriso, Juliana conta que está se adaptando. “Gosto de tudo nesta cidade”, revelou.

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Mais tempo nos 'oásis'

Lazer para todas as gerações e todos os gostos. BH tem 73 parques administrados pela Fundação de Parques Municipais, além do Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, na Pampulha, pela Fundação Zoobotânica, e o Parque Telê Santana, pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Uma novidade, conforme a portaria FPM 48, de 17/11/2015, é a permissão de bicicletas nessas áreas, a| exceção do Parque Serra do Curral (Lei Municipal 10.863, de 24/10/2015). O horário de funcionamento também mudou para atender a população no verão. Para favorecer e incentivar a ocupação dos espaços, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), via Fundação de Parques Municipais, lançou o Projeto Parques de Verão – as áreas ficarão abertas das 8h às 20h, de terça-feira a domingo. Na segunda-feira, os parques, como o Municipal Américo Renné Giannetti (foto), fecham para manutenção e limpeza. Até o fim do verão, em março, estarão com novos horários também os parques Ecológico e de Lazer do Bairro Caiçara (Região Noroeste), Vencesli Firmino da Silva (Pampulha), Fazenda Lagoa do Nado (Pampulha), Universitário (Pampulha), Ursulina de Andrade Mello (Pampulha), Elias Michel Farah (Pampulha), Cássia Eller (Pampulha) e Pedro Machado (Oeste). .