De um lado, avanço: a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outros 14 centros de pesquisa do país estão autorizados a realizar a fase III de testes da vacina da dengue. De outro, o desafio: encontrar soluções medicamentosas para frear as tão temidas doenças emergentes também transmitidas pelo Aedes aegypti – as febres chikungunya e zika, além da microcefalia, associada ao zika vírus. Desafio que tem, inclusive, um longo caminho pela frente, caso as pesquisas para desenvolvimento de produtos contra estas enfermidades exijam o mesmo prazo que a vacina da dengue.
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Limpeza ainda é o melhor jeito de evitar o mosquito da dengue, zika e outras doençasMinas Gerais investiga 28 casos de microcefalia associada ao zika vírusMG registra em 2015 o segundo maior número de casos prováveis de dengue em quatro anosMinas Gerais recebe R$ 30 milhões para combater o Aedes aegyptiDiferenciar diagnósticos de doenças transmintidas pelo Aedes aegypti é desafioVacina contra a dengue não desliga o alertaCom o anúncio, os mineiros interessados em participar da fase III de provas clínicas da vacina da dengue já podem se inscrever junto ao Instituto Butantan, que coordena as pesquisas. No Sudeste, apenas Minas e São Paulo estão na lista de estados que vão sediar as análises, sendo que a UFMG é a única instituição mineira entre os 14 centros escolhidos. Apesar de não informar quando as imunizações começam no estado, a expectativa do Butantan é vacinar todos os 17 mil voluntários selecionados no país no prazo de um ano e, se os resultados forem positivos, o produto pode estar disponível em 2017. A notícia da liberação da terceira e última fase de testes, anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira, veio em boa hora. Além do avanço de 500% nos casos de dengue em Belo Horizonte neste ano na comparação com 2014(15.
PREVENÇÃO Enquanto a vacina é ainda apenas uma promessa, permanece entre a população o medo de transmissão da dengue e das outras doenças transmitidas pelo Aedes. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, diz atuar durante todo o ano no combate e prevenção à proliferação do mosquito, mas afirma que precisa do apoio da população para eliminar criadouros, já que 86% dos focos estão dentro de residências, segundo o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
A dona de casa Tânia Marinho, de 45 anos, está na lista de quem não dá chances ao mosquito. Pelo menos uma vez por dia, ela confere se há água parada em casa, especialmente no terraço da cobertura onde mora com a família no Bairro Sagrada Família.