Jornal Estado de Minas

Invasão de sapos assusta moradores do entorno da lagoa de Patos de Minas


A chegada das chuvas, que levou alívio para diferentes partes do estado, trouxe problemas nas ruas no entorno da Lagoa Grande, cartão-postal de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Há cerca de 15 dias moradores da região foram surpreendidos por uma invasão de sapos, que tomaram conta das ruas e entraram em algumas casas.

O comerciante Luiz Araújo, que trabalha há cinco anos em uma sorveteria na Rua Barão do Rio Branco, acredita que o aumento do número de sapos foi causado pelo desequilíbrio ecológico com a retirada de algumas espécies da lagoa do município. No primeiro semestre deste ano, a prefeitura executou obras de desassoreamento no local. “Cágados morreram, peixes foram retirados, peixes morreram. E as aves e outras espécies que controlavam a biodiversidade foram retiradas do local. Sobraram só os sapos”, diz. “Quando teve as primeiras chuvas, teve a choca dos girinos e como a lagoa não tem predadores naturais para controlar, teve um excesso.

Eles começaram a atravessar as ruas e invadir as casas”.

Segundo Araújo, os anfíbios apareciam, aos montes, no fim da tarde. “Aqui no meu comércio eles não entraram porque são muito pequenos. A calçada é alta e não conseguiam subir”. Ele diz que nesta semana a quantidade dos animais diminuiu.

O comerciante contou ainda que acompanhou de perto os trabalhos no local e foi um dos moradores que lutou para que a lagoa fosse desassoreada. Segundo ele, o espelho d'água era abastecido com água da Copasa, que vinha da lavagem de filtros.
Por causa da presença de rejeitos, ao longo do tempo houve assoreamento. Ele diz que os trabalhos deviam ter sido concluídos em novembro, mas agora há um impasse para decidir quem vai encher a lagoa. Enquanto a situação não é resolvida, o mato alto toma conta do espaço, que fica em frente à rodoviária.

A Copasa informou que só vai encher a lagoa após a prefeitura executar os trabalhos de limpeza da grama e demais vegetações no entorno do local. Conforme nota da companhia, a grama pode gerar cianobactérias, o que dificultaria a manutenção, além de impactar na estética da lagoa. A empresa também informou que não irá cobrar o enchimento da lagoa. O em.com.br tentou entrar em contato com a Prefeitura de Patos de Minas, mas as ligações não foram atendidas..