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Estado de Minas

Defensores de Uber e taxistas batem boca na Câmara Municipal em votação de projeto

Matéria que estabelece que somente motoristas licenciados pela BHTrans podem ser cadastrados em serviços de transporte baseados em aplicativos de celular será votado nesta terça-feira, em primeiro turno, por vereadores


postado em 15/12/2015 14:38 / atualizado em 15/12/2015 16:40

Galerias da Câmara Municipal estão lotadas na tarde desta terça-feira(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press)
Galerias da Câmara Municipal estão lotadas na tarde desta terça-feira (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press)

A votação do Projeto de Lei 1.797/15, de autoria da prefeitura, estabelecendo que somente motoristas licenciados pela BHTrans podem ser cadastrados em serviços de transporte baseados em aplicativos de celular, começou quente na tarde desta terça-feira na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Taxistas e defensores do Uber, plataforma que vem causando polêmica em todo o país e que seria diretamente atingida pela mudança, lotaram as galerias e se ofenderam com gritos e músicas. Do lado de fora, motoristas de táxi pararam os veículos em pistas da Avenida dos Andradas, o que deixou o trânsito lento na região do Bairro Santa Efigênia.



Os integrantes dos dois lados começaram a entrar na câmara por volta das 14h. Com faixas e cartazes, foram colocados lado a lado nas arquibancadas no fundo da Casa. Seguranças separaram os dois grupos com uma faixa zebrada. Para evitar conflitos, eles foram colocados em uma certa distância pelos vigias. A segurança foi reforçada. O Batalhão de Choque da Polícia Militar controla a entrada no local. Dezenas de taxistas fizeram fila para ter acesso.

Em poucos minutos, antes mesmo do começo da votação, o plenário virou uma espécie de campo de futebol. Como torcidas organizadas, pessoas a favor do Uber e taxistas começaram a cantar músicas para atingir o 'rival'. “Vai pagar diária”, “A praça é nossa”, “Vem para o Uber”, gritavam repetidamente os adeptos do aplicativo. “Pirata, pirata”, “Fora clandestino”, “Sou taxista com muito orgulho com muito amor”, respondiam os motoristas de táxi.

O PL 1.797/15 define que as pessoas jurídicas credenciadas para operar por meio dos aplicativos ficarão obrigadas a cadastrar exclusivamente motoristas licenciados pela BHTrans, além de oferecer, em BH, somente corridas iniciadas no município ou em cidade conveniada. Na prática, caso o projeto seja aprovado, o Uber só poderá funcionar na capital se os carros a serviço do aplicativo forem conduzidos por taxistas.

Votação suspensa


A votação estava marcada para começar às 14h. Porém, foi adiada para as 14h30. Com atraso, a reunião só teve início por volta das 14h50. Os parlamentares informaram que o projeto será o último a ser colocado em pauta. Por isso, não há previsão para a discussão.  Logo que a reunião começou, os vereadores insatisfeitos com a retirada de projetos de pauta, suspenderam a sessão e ameaçaram a obstruir a pauta. Eles deixaram o plenário para se reunir por 15 minutos. Eles voltaram e decidiram continuar as votações. O projeto de lei relacionado aos aplicativos começou a ser votado 16h38.

Se aprovada, ela será levada para segundo turno. Aceita novamente em votação dos vereadores, será levada para sanção ou não do prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Entrada da Câmara ficou lotada de taxistas. PM fez o controle do acesso(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press)
Entrada da Câmara ficou lotada de taxistas. PM fez o controle do acesso (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press)


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