Os sócios e um engenheiro da Herculano Mineração, localizada em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, foram indiciados por homicídio doloso – quando se assume o risco de matar – pelo rompimento de uma barragem da empresa na Mina Retiro do Sapecado, em 10 de setembro de 2014, que resultou na morte de três funcionários. O inquérito foi apresentado na tarde desta quarta-feira. As investigações apontaram que a mineradora continuava a colocar rejeitos em uma mina que já estava desativada e com a sua lotação máxima.
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Depois de mais de um ano, Polícia Civil conclui inquérito sobre rompimento de barragem em ItabiritoMineradora vai pagar R$ 8,5 milhões por rompimento de barragem em ItabiritoRelatório da Embrapa aponta que avalanche de lama da Samarco deixou solo inerteRelatório da ONU alerta para falta de segurança em barreiras de rejeitos no paísA mina B1 atingiu a sua lotação máxima em 2010. Por causa disso, segundo as investigações, a empresa começou a construir a B4. Porém, a barragem apresentou um problema em 2014.
De acordo com o laudo técnico da perícia, elaborado pela Instituto de Criminalística, o rompimento se deu por saturação de água, presente na barragem B1. Foi constatada uma deficiência na drenagem, o que causou a movimentação no nível freático em seu interior e provocou a ruptura da estrutura.
Segundo a Polícia Civil, funcionários da Herculano Mineração fizeram um alerta sobre a falha na drenagem da barragem. Mas nada foi feito pela empresa.
Indenização
Há duas semanas, a empresa firmou um termo de compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em que se comprometeu a pagar R$ 8,5 milhões para recuperação ambiental das áreas degradadas até 2018. O documento indica que a empresa planeja voltar a minerar no local atingido, mas inclui o compromisso de que a Herculano usará a barragem que se rompeu apenas para dar destinação correta aos resíduos, conforme a legislação ambiental, agora utilizando a deposição a seco, para evitar riscos. .