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Microcefalia dispara e soa alarme contra o zikaSobe para 33 o número de casos de microcefalia associada ao zika vírus em MGEspecialistas cobram medidas contra o zika vírus em Minas GeraisApós alerta contra o zika vírus, Minas registra caso de síndrome de Guillain BarréPrefeitura de BH vai publicar decreto para se antecipar à ameaça de epidemia pelo zikaPrevenção é a única arma para se proteger do Zika vírusSegundo ele, o resultado do teste demora de 15 a 20 dias e, enquanto isso, as ações já são adotadas tanto no que diz respeito ao tratamento, que não difere da dengue, com necessidade de bastante hidratação, como no combate ao vetor, com a intensificação de combate ao mosquito na região onde a pessoa mora ou possivelmente foi picada.
No caso de grávidas que por ventura possam ter contraído o vírus, também não há o que fazer, infelizmente, do ponto de vista de se evitar a malformação na criança. O que pode ser feitos são ultrassons para acusar a probabilidade de o bebê ter desenvolvido a microcefalia.
VACINA NATURAL Ao contrário do que muitos temem, a mulher que tenha contraído o vírus zika, passado o tempo de contágio (cerca de sete dias), pode engravidar, sem risco para o bebê. Aliás, essa seria a melhor das situações já que depois de ter o zika, a pessoa se torna imune a ele. Ou seja, a doença serve como uma vacina natural. O problema, novamente, esbarra nos testes de detecção do vírus. Segundo Alexandre Moura, não existem ainda testes que comprovem, após passado o período de incubação, que a pessoa tenha tido o vírus. “De fato, funciona como uma vacina.
Produto já está em falta em BH
Nas ruas de Belo Horizonte, a busca pelos repelentes do mosquito Aedes aegypti zerou os estoques das farmácias e está deixando grávidas preocupadas, por conta da relação já confirmada pelo Ministério da Saúde entre o zika vírus e a microcefalia. Em uma drogaria na Rua Domingos Vieira, na região hospitalar da capital, o movimento de grávidas é constante, à procura pelo repelente Exposis, produto feito com a substância icaridina, cujo tempo de ação chega a 10 horas e é o mais indicado pelos médicos. “Temos seis fornecedores e todos estão zerados. Não há nenhuma previsão de reposição, já que o aumento no consumo foi exponencial. É o mais indicado porque as pessoas usam menos e, consequentemente, se expõem menos ao risco de intoxicação”, afirma o farmacêutico Eduardo Luiz Leopoldino, enquanto mostra outra opção de repelente à contadora Daniela Maia Ribeiro, de 35 anos, grávida de seis meses, e ao marido de Daniela, o economista Wanderson de Castro Pinto, 38.
O casal é de Pará de Minas, na Região Central do estado, e está muito preocupado com a circulação do Aedes aegypti, principalmente porque a cidade lidera o ranking dos municípios do Sudeste do Brasil com maior índice de infestação do mosquito (6,9%). Isso significa que a cada 100 imóveis, 6,9 têm criatórios do inseto, o que configura situação de risco de surto de dengue, febre chikungunya e zika vírus, as três doenças transmitidas por ele. Eles conseguiram um frasco do repelente mais indicado na cidade, mas era o último da farmácia.
“A gente ficou muito preocupado por conta da divulgação do surto de microcefalia e da relação com o zika vírus. Principalmente porque, em Pará de Minas, não estamos vendo muita mobilização para combater o mosquito. O jeito é levar esse para não ficar completamente desprotegida”, afirma Daniela. Wanderson lembra que a cidade viveu muitos problemas de falta de água, o que motivou a população a estocar grandes quantidades. “Isso pode ter causado o aumento da quantidade de mosquitos”, diz Wanderson. Já a médica Ana Carolina Duarte Couto, de 35, que pretende ficar grávida em breve, preferiu não levar a opção com tempo de proteção menor. Ela procurava o primeiro repelente. “Não estou encontrando em lugar nenhum. Eu consegui um frasco, mas ele vai acabar em algum momento e vou precisar de outro. Meu objetivo é passar toda a gravidez protegida”, afirma.
Enquanto a maioria das grávidas se preocupa com a possibilidade de serem picadas pelo Aedes aegypti e os bebês desenvolverem microcefalia, há exemplos em Belo Horizonte de mulheres que não acreditam nessa possibilidade.
"O risco real e que deve ser combatido é o mosquito", alerta médico
Alexandre Moura, médico infectologista da Secretaria Municipal de Saúde
Existem outras formas de se contrair o vírus zika?
A questão é o mosquito Aedes aegypti. Existem raríssimos casos de transmissão por transfusão de sangue ou relação sexual. Mas isso é o que chamamos de risco teórico. O risco real e que deve ser combatido é o mosquito.
Qual o risco de aumento de circulação do vírus durante as festas de fim de ano?
No verão, normalmente o vetor é mais abundante. O risco sobe em função da maior circulação do Aedes. Ele sempre esteve em BH. Mas o risco do zika não tem como prever.
Além do combate ao mosquito, há outros cuidados?
Basicamente, evitar locais onde estão sendo registrados mais casos. Mas a solução é mesmo buscar eliminar os focos do mosquito e evitar o contato com o inseto até por causa da dengue. Não podemos nos esquecer da dengue. Em BH, não há locais específicos até porque esse mosquito é muito domiciliado. Então não adianta dizer para evitar parques, por exemplo. Pois ele está dentro das casas. E não tem uma região a ser evitada. O mosquito está espalhado pela cidade toda. Em BH, o risco maior é de dengue e mais de 80% dos focos estão dentro das casas. Outro cuidado é usar roupas que deixem menos áreas do corpo expostas e considerar o uso do repelente. Mesmo assim, não é completamente eficaz, pois pode deixar uma ou outra área do corpo exposta.
Em BH já estão faltando repelentes nas farmácias. É de conhecimento da secretaria?
Já ouvi comentários sim. O governo federal, inclusive, está com planos de reforçar a produção na fábrica do Exército. Mas é uma questão de oferta e demanda.
Mosquiteiros resolvem?
Esse é um mosquito de hábitos mais diurnos. Ele não pica à noite. Normalmente atua até o crepúsculo. Por isso também o uso de mosquiteiros à noite é pouco eficaz.
Dizem que também é um mosquito que não vou alto. Isso procede?
Sim. Por isso pica mais as pernas. Ele não sobe voando a um apartamento. Mas há o risco de subir de elevador..