Um vendedor de cachorro-quente foi preso suspeito de abusar sexualmente de meninos entre 11 e 15 anos em Belo Horizonte. Ele foi apresentado na manhã desta quinta-feira. Segundo a Polícia Civil, André Rodrigues Fernandes, de 35 anos, confessou ter abusado de seis das 10 vítimas identificadas pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). A investigação revelou que ele atraía as crianças usando o comércio e também um perfil falso criado no Facebook.
De acordo com o delegado José César Bicalho, André é da Bahia e começou a agir em Minas há cerca de um ano, quando começou a vender cachorros-quentes durante a Copa do Mundo. Ele trabalhava com um carrinho perto de onde morava, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Ele aliciava as vítimas se aproximando dos pais, fazendo amizade e oferecendo trabalho às crianças. Caso elas o ajudassem a produzir e vender os sanduíches, ele pagaria R$ 70 por semana. Interessada na renda extra para os filhos, a família aceitava.
Conforme o delegado, André levava os meninos para casa para preparar os alimentos. Nesse período, ele usava videogames para distrair as vítimas, ou vídeos pornográficos, e cometia a violência sexual. Depois do ato, ele entregava de R$ 20 a R$ 50 para a criança ou adolescente.
Os investigadores também descobriram que ele usava a internet para aliciar as vítimas. André criou um perfil falso no Facebook se passando por uma adolescente de 16 anos. Fingindo ser a garota, ele enviava fotos de partes íntimas femininas e convidava os meninos para ir até sua casa, onde estaria sozinha. Chegando lá, as vítimas eram recebidas por ele e os abusos aconteciam, com a mesma forma de abordagem realizada com os meninos que trabalhavam para ele. Ainda de acordo com a polícia, ele também aliciava menores na praça do Bairro Coração Eucarístico, também na Região Noroeste de BH.
DENÚNCIA Ainda de acordo com o delegado Bicalho, o vendedor ameaçava os meninos que queriam desistir de se relacionar com ele. Assustadas, algumas vítimas contaram para os pais. A investigação começou depois que três famílias procuraram a delegacia relatando os abusos. Os policiais levantaram informações das crianças e adolescentes vistos com André e chegaram ao número de 10 vítimas.
No entanto, André fugiu após descobrir que o pai de uma das crianças, revoltado, queria ir atrás dele. Ele já estava com a prisão temporária decretada. Já sabendo que o suspeito é da Bahia, a Polícia Civil de Minas emitiu um alerta para o estado e André acabou sendo preso em Itabatã, distrito da cidade de Mucuri.
Conforme o delegado, André confessou ter abusado sexualmente de seis vítimas. A polícia também apura se ele cometeu o crime contra o filho de uma mulher que ele conheceu em 2007. Na época, o menino tinha 7 anos. O abuso teria ocorrido já em 2014.
André foi autuado por estupro de vulnerável, estupro qualificado, favorecimento à prostituição (por oferecer dinheiro aos meninos), além dos crimes de pedofilia. Isso porque, segundo a polícia, ele armazenava imagens dos abusos sexuais. Na casa dele foi apreendido um pendrive com mais de 5 mil imagens de pornografia infantil e a polícia vai investigar se outras crianças e adolescentes que aparecem nas imagens também são vítimas dele. Se condenado, o somatório da pena pode chegar a 100 anos.
O delegado José César Bicalho acredita que a divulgação do caso pode revelar outras vítimas. Caso outras pessoas reconheçam André, elas devem procurar a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), que fica na Avenida Nossa Senhora de Fátima, número 2175, no Bairro Carlos Prates. Os telefones de contato são (31) 3463-3073 e 2101-0078.