Uma expedição formada por integrantes dos Comitês que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) chega nesta quinta-feira à noite, em Mariana, na região Central de Minas, para ver e analisar os danos causados pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 5 de novembro. O objetivo é traçar metas e definir ações para a recuperação do Rio Doce, que recebeu grande parte da lama com rejeitos de minério oriunda da barragem. O início das atividades está marcado para 20h, com discussão no hotel Müller, no Centro de Mariana.
Nomeada de “Missão Mariana”, a expedição deve durar até o próximo sábado. As atividades em campo começarão no subdistrito de Bento Rodrigues, região mais afetada pelo rompimento. Em seguida, a equipe seguirá para o município de Barra Longa, margeando o rio do Carmo, e se deslocará para o encontro do manancial com o Rio Piranga, local onde o Rio Doce se forma.
O trabalho será finalizado na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, local conhecido como Candonga. A represa da usina, localizada nos municípios de Rio Doce (na margem esquerda) e Santa Cruz do Escalvado (margem direita), na Zona da Mata, foi totalmente tomada pela lama após o desastre. Nessa terça-feira, inclusive, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais estendeu o prazo para que a Samarco esvazie a hidrelétrica que, segundo a Samarco e o Consórcio Candonga, teria suportado uma carga de aproximadamente 63 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, não bastando a abertura das comportas para esvaziar totalmente o reservatório.
Assista ao vídeo e veja como era e como ficou a represa.
Entre as atividades da comitiva está também previsto encontro com o prefeito de Mariana, Duarte Júnior e representantes da associação dos moradores atingidos pela tragédia. Também estão sendo articulados encontros com representantes do Ministério Público e Arquidiocese de Mariana, segundo o CBH-Doce.
Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, Leonardo Deptulski, a expedição será uma etapa importante do trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo colegiado. “Os CBHs estão extremamente envolvidos neste acompanhamento do desastre. Essa será uma oportunidade de conhecermos a realidade local, ter um contato direto com a população atingida e prestar a nossa solidariedade, além de acompanhar de perto o drama dos municípios. Com isso, poderemos consolidar o nosso plano de ação, com base no Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH), para resgatar a vida no Rio Doce”, disse.