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Estado de Minas

Prevenção é a única arma para se proteger do Zika vírus

Sem imunização nem tratamento contra novo vírus transmitido por mosquito e ligado a alformação em bebês, combate ao vetor e informação são únicas formas de proteção


postado em 21/12/2015 06:00 / atualizado em 21/12/2015 08:28

Apesar de todas as dicas para evitar o mosquito, melhor forma de combater as doenças que ele transmite é eliminar focos e limpar locais onde possa se reproduzir(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Apesar de todas as dicas para evitar o mosquito, melhor forma de combater as doenças que ele transmite é eliminar focos e limpar locais onde possa se reproduzir (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
No auge do período de reprodução do Aedes aegypti e com a aproximação da temporada de férias, na qual são intensas as viagens, inclusive para o Nordeste do país, área em alerta para a microcefalia, informação pode ser a principal arma para enfrentar a nova ameaça. Mas tão importante quanto conhecer sintomas, tratamento e sequelas da dengue, chikungunya e do zika vírus é a prevenção contra essas doenças transmitidas pelo mosquito. “O que temos que fazer com muita intensidade é a prevenção ao transmissor. Se acabar o mosquito, acaba tudo”, reforça o infectologista da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte Argus Leão Araújo. A convite do Estado de Minas, ele respondeu a algumas das principais dúvidas a respeito do zika vírus, que pode estar ligado a contaminação de gestantes e casos de alteração cranioencefálica em recém-nascidos.

Para ficar atento aos sintomas do zika vírus, o especialista esclarece: “São semelhantes aos da dengue e aos da chikungunya. O que diferencia um pouco é que o zika produz no paciente menos febre, mas ocorre com mais frequência o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo, que costumam coçar. Podem ocorrer também dores articulares e vermelhidão nos olhos”.

O uso de repelentes para afastar o mosquito é um cuidado paliativo, mas que funciona, segundo o médico. “Temos que insistir muito na importância das medidas contra a multiplicação do vetor, o Aedes aegypti. O essencial é eliminar focos de água parada, nos quais o mosquito possa se reproduzir, mas o repelente é um cuidado paliativo de grande valia para gestantes e pessoas que queiram se proteger do mosquito”, disse.

O especialista explica que o repelente deve ser usado por cima da maquiagem ou do protetor solar. “Quando o repelente é bloqueado por algum outro produto, pode ter a ação muito diminuída. Por isso deve ser o último a ser usado sobre a pele, mas não deve ser aplicado logo após o uso dessas outras substâncias. Ao se aplicar um protetor solar, deve-se aguardar em torno de 15 a 20 minutos para que fixe bem na pele, antes de usar o produto que afasta mosquitos. Se for aplicado logo depois, os dois se misturam e um produto pode prejudicar o outro”, disse.

O repelente deve ser usado nas partes expostas do corpo, segundo o infectologista, mas aqueles em forma de spray podem ser aplicados por cima da roupa, pois o mosquito pode picar através dos tecidos. Argus Leão esclarece que não há recomendação para que as pessoas durmam com repelente. “O Aedes aegypti é um mosquito que tem hábito mais diurno. Pode até picar à noite, mas não é uma regra. A noite não é o horário de maior risco”, disse.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
A época do ano com maior chance de contágio são os períodos chuvosos e quentes, como é o verão, que começa oficialmente amanhã, quando há mais proliferação dos mosquito. “Geralmente, há muita chuva em dezembro, janeiro e fevereiro, com grande proliferação de mosquito. A maior transmissão de dengue ocorre em meados de março e abril”, disse Argus.

"ZONA QUENTE" Grávidas que têm viagem marcada para o Nordeste do país, considerado a “zona quente” em circulação do zika vírus, devem redobrar os cuidados, alerta o infectologista. “Quem vai viajar para lá deve, sim, tomar cuidados como usar repelentes e qualquer método de barreira contra o mosquito, usar calças compridas e sapatos fechados”, recomenda.

A Secretaria de Saúde de Minas informou que ainda não há identificação da circulação de zika vírus no estado. Foram notificados, de 11 de novembro até 16 de dezembro deste ano, 41 casos de microcefalia em Minas, distribuídos em 24 municípios, e 35 estão sendo investigados para que se determine a causa da malformação, que pode estar ou não associada ao vírus. Em seis episódios, a relação foi descartada.

Transfusão é nova suspeita

O Ministério da Saúde investiga o primeiro caso de transmissão de zika vírus por transfusão de sangue. O paciente diagnosticado com a doença foi um morador de Sumaré (SP), que fez uma doação de sangue antes de ter os sintomas. Exames confirmaram a circulação do zika vírus no organismo do paciente que recebeu a transfusão. Para Argus Leão, infectologista da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, em qualquer doença na qual ocorre a presença do vírus circulando no sangue, a transmissão por transfusão é passível. “Não é frequente. Eu não diria que é uma via de transmissão de importância epidemiológica. Pode ter, mas é raro. A pessoa tem que ter o vírus circulando no sangue, o que ocorre nos quatro ou cinco primeiros dias de doença. Depois, o micro-organismo é eliminado do corpo e não há mais risco de transmissão por essa via”, esclarece.


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