Jornal Estado de Minas

PF prende médico de Uberaba por envolvimento com pornografia infantil

Um médico de Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira suspeito de compartilhar e financiar a produção de material de pornografia infantil. O homem, que não teve o nome divulgado, trabalhava em uma Unidade de Pronto-Atendimento da cidade. 

De acordo com a PF, em 2012, quando ainda era estudante de medicina, o preso se associou a um australiano e uma filipina que produziram um vídeo no qual uma criança de 18 meses é torturada e violentada sexualmente, considerado um dos registros mais degradantes de pornografia infantil em todo o mundo. 

Além desse vídeo, foram produzidos muitos outros registros, com diversas vítimas, todas crianças filipinas. Uma delas foi morta e enterrada sob a cozinha da casa onde os abusos ocorriam. O médico brasileiro financiava os autores dessas atrocidades, recebendo os vídeos e fotos em contrapartida. Ele também os ensinou a conseguir remédios para dopar as vítimas antes dos abusos. As imagens e vídeos eram compartilhadas na deep web. O australiano foi preso em fevereiro pela polícia filipina, com apoio das polícias Federal Australiana e Nacional da Holanda.

“Conseguiram prender o australiano e identificaram que ele tinha contato com várias pessoas, entre elas uma pessoa que enviava dinheiro do Brasil”, explica o delegado Pablo Barcelos, da Unidade de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil, da sede da PF em Brasília.
Ele veio a Minas Gerais para a operação. De posse das informações, a polícia uniu outros elementos e conseguiu chegar ao médico. “De fato, foi encontrado no computador dele imagens e todo o material que produziam lá, essa filipina com o australiano. O médico "confirmou também as remessas de dinheiro. Foram mais de dois anos , transferências frequentes, de menos uns R$ 20 mil, segundo ele".

De acordo com Barcelos, o médico nega ter praticado abusos sexuais. A família dele afirma que não sabia dos crimes. O homem será ouvido formalmente ainda na tarde desta segunda-feira e será encaminhado a um presídio. 

Conforme a Polícia Federal, o médico de Uberaba deve responder pelo armazenamento e publicação de pornografia infantil, bem como pelo financiamento de organização criminosa internacional, crimes cujas penas podem variar de 7 a 20 anos de prisão.
A operação que resultou na prisão dele foi nomeada "Mr. Hyde", em referência ao livro do escocês Robert Louis Stevenson "Dr. Jekyll and Mr. Hyde", que no Brasil é conhecido como "O médico e o monstro.

.