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Estado de Minas

PF prende médico de Uberaba por envolvimento com pornografia infantil

Segundo as investigações, quando ainda era estudante de medicina, ele passou a financiar duas pessoas que produziam pornografia infantil. Ele também as ensinou a conseguir remédios para dopar as vítimas


postado em 21/12/2015 10:14 / atualizado em 22/12/2015 07:22

Um médico de Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira suspeito de compartilhar e financiar a produção de material de pornografia infantil. O homem, que não teve o nome divulgado, trabalhava em uma Unidade de Pronto-Atendimento da cidade. 

De acordo com a PF, em 2012, quando ainda era estudante de medicina, o preso se associou a um australiano e uma filipina que produziram um vídeo no qual uma criança de 18 meses é torturada e violentada sexualmente, considerado um dos registros mais degradantes de pornografia infantil em todo o mundo. 

Além desse vídeo, foram produzidos muitos outros registros, com diversas vítimas, todas crianças filipinas. Uma delas foi morta e enterrada sob a cozinha da casa onde os abusos ocorriam. O médico brasileiro financiava os autores dessas atrocidades, recebendo os vídeos e fotos em contrapartida. Ele também os ensinou a conseguir remédios para dopar as vítimas antes dos abusos. As imagens e vídeos eram compartilhadas na deep web. O australiano foi preso em fevereiro pela polícia filipina, com apoio das polícias Federal Australiana e Nacional da Holanda.

“Conseguiram prender o australiano e identificaram que ele tinha contato com várias pessoas, entre elas uma pessoa que enviava dinheiro do Brasil”, explica o delegado Pablo Barcelos, da Unidade de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil, da sede da PF em Brasília. Ele veio a Minas Gerais para a operação. De posse das informações, a polícia uniu outros elementos e conseguiu chegar ao médico. “De fato, foi encontrado no computador dele imagens e todo o material que produziam lá, essa filipina com o australiano. O médico "confirmou também as remessas de dinheiro. Foram mais de dois anos , transferências frequentes, de menos uns R$ 20 mil, segundo ele".

De acordo com Barcelos, o médico nega ter praticado abusos sexuais. A família dele afirma que não sabia dos crimes. O homem será ouvido formalmente ainda na tarde desta segunda-feira e será encaminhado a um presídio. 

Conforme a Polícia Federal, o médico de Uberaba deve responder pelo armazenamento e publicação de pornografia infantil, bem como pelo financiamento de organização criminosa internacional, crimes cujas penas podem variar de 7 a 20 anos de prisão. A operação que resultou na prisão dele foi nomeada "Mr. Hyde", em referência ao livro do escocês Robert Louis Stevenson "Dr. Jekyll and Mr. Hyde", que no Brasil é conhecido como "O médico e o monstro.


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