O segurança que matou um flanelinha com golpes de um bastão de madeira alegou legítima defesa. Mizael Rodrigues de Morais, de 39 anos, que fazia a vigilância para mais de 280 famílias do Bairro São Bento, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, alega que o guardador de carros e ele tinham uma rixa antiga. O vigia contou que o homem trabalhava no local e que estava passando informações para ladrões de carros de moradores com materiais esquecidos dentro. Mizael se entregou à polícia e foi apresentado no fim da tarde desta segunda-feira.
O assassinato ocorreu por volta das 10h, em frente a um shopping do Bairro São Bento. A Polícia Militar (PM) recebeu um chamado informando que um homem acabava de ser atacado a pauladas na esquina das ruas Professor José Renault e Cônsul Antônio Cadar. Viaturas do 22º Batalhão seguiram para o endereço e, ao chegar, encontraram a vítima, conhecido apenas como Leonardo e apelido de Paulista, inconsciente, caída no passeio. Equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também esteve no local e constatou que Paulista já estava morto.
Depois do crime, Mizael fugiu do local. A Polícia Civil conseguiu o contato telefônico do segurança e ligou para ele. Na ligação, o vigia confessou o crime. Ele foi levado para a delegacia, onde foi ouvido formalmente. Segundo a delegada Alice Batello, da Delegacia Especializada de Homicídios Leste, Mizael alegou legítima defesa. “Na versão apresentada, ele diz que não tinha intenção de matar o flanelinha. Afirmou que pretendia assustá-lo, já que Paulista tinha o costume de andar armado com uma faca”, comentou.
Segundo a Polícia Civil, Mizael alegou que já tinha uma rixa antiga com o homem. Nesta manhã, os dois começaram a discutir. O segurança, então, foi até o condomínio residencial, pegou o porrete e atingiu a nuca da vítima. O viga afirma que sua intenção era um golpe nas costas do guardador de carros.
A advogada do segurança informou que vai entrar com um pedido de soltura para Mizael, alegando legítima defesa. Além disse, vai argumentar que o cliente tem residência e emprego fixos e não tem antecedentes criminais.
O corpo do guardador segue no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. A polícia conseguiu contato com a mãe dele, que mora em Sabará, na região metropolitana. Segundo ela, o filho saiu de casa há algumas semanas e foi morar na rua. A mãe também contou que ele era usuário de drogas.