A organização não governamental Fa.vela promove a segunda edição do evento “Fala Fa.vela”, hoje no Morro do Papagaio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Vinte empreendedores foram selecionados para receber o apoio de voluntários das mais diversas áreas na construção de planos de negócios e de vida por meio de mentorias coletivas e individuais de empreendedorismo, gestão do negócio e marketing. O evento é parte do Projeto de Intervenção Participativa em Aglomerados (Pipa). Bárbara Ribeiro, de 24 anos, Lourdes Maria, de 54, Débora Porto, de 24, e Samuel Rosa, de 29, vão contar experiência para outros 100 participantes. O Fala Fa.vela cria redes num ambiente descontraído e informal. O espaço permite a troca de experiências para os novos empreendedores selecionados pelo Pipa, voluntários da ONG e convidados.
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DESCRÉDITO Muitas pessoas duvidaram de Samuel e Débora. Mas os nãos que receberam serviram de incentivo para que pudessem empreender. Moradora do Taquaril, Débora começou a trançar e criar penteados em cabelos crespos quando tinha 17 anos. Encontrou no ato de trançar espaço para reforçar a identidade e autoestima e também uma fonte de renda. A propaganda de seu trabalho foi feita pelos clientes, que ora ela atendia em casa ora em eventos de basquete no Viaduto Santa Tereza. Engajou-se na cultura hip-hop, o que a ajudou no caminho do sucesso. Ela já ouviu muito: “ah, isso nunca vai dar certo”, mas persistiu. A jovem trabalha para quebrar preconceitos.
Morador da Vila Pinho, na Região do Barreiro, Samuel era flanelinha, mas teve uma ideia que mudou sua vida. Especializou-se em higienização automotiva. Inovador, em tempos de falta d’água ele oferece a possibilidade de adotar a lavagem ecológica e compartilha o seu conhecimento nos cursos que oferece a jovens e empresas. O modelo do negócio é baseado do atendimento em domicílio. São mais de 30 mensalistas e média de 40 carros higienizados por semana. E você acha que ele se vê como empreendedor de sucesso? “Tenho que melhorar 90% ainda. O mercado é desafiador.”
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