O bom velhinho, que vai aos mais recônditos cantos do mundo para realizar sonhos, encanta crianças há 17 séculos. A lenda de Papai Noel foi inspirada no monge Nicolau, que viveu na Turquia no século quatro, mas a cada Natal é atualizada por pessoas, muitas vezes anônimas, que propagam a magia, a bondade e a entrega. O Estado de Minas conta a história do Papai Noel Mirim, um projeto iniciado por jovens em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte; o Papai Noel do Restaurante Popular na capital; e o Papai Noel dos Correios em todo o Brasil. São histórias de quem se ocupa com a solidariedade para levar alegria a crianças, jovens e até adultos com pouco ou quase nada.
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Em 2008, o jovem percebeu que ajudar apenas no período natalino era pouco e resolveu estender o trabalho social para todo o ano. A ação ganhou outros voluntários. Os jovens fazem campanhas do agasalho, arraial beneficente e futebol solidário. “Passamos a fechar o ano com a campanha de Natal, que é o ponto máximo de nosso trabalho”, diz João. O Papai Noel Mirim presenteia cerca de 1 mil crianças a cada Natal.
No último sábado, o bom velhinho não chegou de trenó.
EMOÇÃO Há 19 anos, Mário de Assis, de 54, troca suas roupas pelas do bom velhinho para levar alegria para quem tem o Restaurante Popular como única alternativa de almoço no dia de Natal. A sugestão para que Mário se vestisse de Santa Claus foi dada a ele por Hebert de Sousa (1935-1997), o Betinho.
Os momentos de afeto o inspiram a buscar doações todos os anos. Para este, foram arrecadados 1,5 mil brinquedos. Mas até a noite de amanhã Mário recebe doações. “Hoje, felizmente, não presenteamos apenas moradores de ruas e albergados, mas famílias carentes que vão até lá, porque não têm o que cear.” E engana-se quem pensa que Mário apenas presenteia as pessoas. “Meu Natal está lá. A sagrada família está lá.
O Papai Noel dos Correios deverá entregar cerca de 66 mil presentes até amanhã. O projeto, que completa 26 anos, é uma das ações de responsabilidade social mais importantes do Brasil e nasceu a partir da sensibilidade dos carteiros mineiros. Quando esses profissionais viam que muitas crianças esperavam ansiosos pelo presente do bom velhinho, eles recebiam as cartinhas e tentavam atender os pedidos. Neste ano, o projeto deu atenção especial às crianças de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distritos de Mariana que foram atingidos pela lama que desceu da Barragem do Fundão. No último sábado, foi realizada uma festa para a criançada com a presença do Papai Noel.
As bonecas e carrinhos nunca saem de moda. Mas muitos pedidos sensibilizam pela simplicidade. “Uma menina pediu um abraço do Papai Noel”, conta o coordenador da campanha, Paulo Fernando de Almeida Júnior. Outros pedidos emocionam por mostrar a simplicidade dos pequenos. “Um menino pediu uma toalha.
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