O sonho do fotógrafo Jorge Quintão, de 42 anos, de contribuir para a mudança social usando a fotografia como suporte se transformou em um negócio social. Pensando nisso, ele criou o Imaginário Coletivo, empreendimento que desenvolve atividades economicamente viáveis, mas que tem como objetivo a busca de solução para uma questão social.
Uma das atividades realizada é o curso de Fotografia Participativa, voltado para jovens que vivem em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), cenários de desigualdade social, preconceito, discriminação, escassez de oportunidades, miséria, violência e pouquíssima infraestrutura.
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Jorge destaca que o objetivo do trabalho é desenvolver junto aos jovens o desejo de transformar a relação do sujeito com o mundo. “A fotografia é fundamental. A imagem é um dos instrumentos mais eficazes para ressignificar contextos, realidades e histórias”, diz.
O resultado do trabalho foi reunido na mostra #ZOOM. “A mostra é reveladora não apenas pela qualidade técnica e estética das fotos, mas também pelos vieses lúdicos, sensíveis e extremamente reveladores das imagens, que extrapolam os limites delimitados pelos muros da instituição.”
MOSTRA EU Fotografias, desenhos, danças, músicas, poemas e vídeos produzidos por adolescentes moradores de 14 vilas e favelas de Belo Horizonte participaram da 2ª Mostra dos Coletivos do Projovem Adolescente, intitulada Eu. Os produtos exprimem não só as questões naturais à vivência na adolescência, como também expressam a vivência em locais com alto índice de vulnerabilidade social e violência. De acordo com a curadora da exposição, Ana Paula Assis, ao entrar em contato com os trabalhos produzidos durante todo o ano de 2015 foi possível perceber que a linha que conduzia as peças quase sempre chegava às questões subjetivas do eu. “Reunir os trabalhos provocativamente sob o epíteto do eu revela as tensões presentes nas relações entre o particular e o universal. Identifica, no encontro entre o individual e o coletivo, o processo constituinte que opera na formação dos sujeitos sensíveis”, comenta Assis.