Jornal Estado de Minas

Ministério da Saúde reforça pedido por doações de sangue após notícia de contaminação

Depois da notícia de que uma pessoa que recebeu doação de sangue contaminado pelo zika vírus e foi infectada no hemocentro de Campinas, em São Paulo, o Ministério da Saúde reforçou nessa terça-feira a convocação para que as pessoas não deixem de doar. O pedido considera a baixa estimada em 30% nos hemocentros nesta época do ano, em que as pessoas viajam mais e cresce a demanda por transfusões, devido ao aumento no número de acidentes. Enquanto investiga a nova forma de transmissão do micro-organismo, o ministério destacou que os bancos de sangue de todo o país vão reforçar as recomendações para triagem clínica dos possíveis doadores, com a intensificação de perguntas sobre a ocorrência de doenças recentes e sintomas que possam indicar infecção, como febre, diarreia e manchas na pele.

O chamado à doação foi feito pelo secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Alberto Beltrame, que detalhou ainda medidas adicionais para evitar futuras transmissões por essa via. Entre as medidas está a orientação de que o doador seja considerado inapto, pelo prazo de 30 dias, caso tenha apresentado, até um mês antes, algum tipo de sintoma relacionado ao zika vírus. Além disso, todos os que tenham feito a doação devem informar aos hemocentros qualquer alteração ocorrida até sete dias após a doação. “Como todo sangue é rastreado, poderemos acompanhar a pessoa que o recebeu”, disse Beltrame, lembrando que os cuidados serão redobrados. “Não há motivo para queda da doação. Pelo contrário, o momento é de reforçá-la.
Doar sangue é compartilhar vida”, ressaltou.

Em Belo Horizonte, os critérios são ainda mais rigorosos. De acordo com a gerente de Captação da Fundação Hemominas, Heloísa Gontijo, o prazo de suspensão para novas doações determinado para pessoas que tenham tido sintomas do zika vírus é de 90 dias, 60 a mais que o recomendado pelo Ministério da Saúde. As novas regras passaram a valer na semana passada. “As recomendações já existiam, mas vamos intensificá-las. As informações sobre o zika e a microcefalia ainda são muito recentes e estamos nos adaptando dia a dia”, afirma..